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Digital

Três irmãos de Sangue

Três artistas pelo Brasil

Por Luiz Joaquim | 09.06.2008 (segunda-feira)

Se fazer um documentário sobre uma personalidade já é difícil, imagine fazer sobre três. Pior, sobre três irmãos igualmente talentosos. Algum com menos destaque que outro na mídia, mas igualmente talentoso cada um em seu espaço de expressão. A estréia da cineasta Ângela Patrícia Reiniger não só consegue a proeza com “Três Irmãos de Sangue” (Brasil, 2007), sendo lançado agora em DVD pela Biscoito Fino,como também acaba servindo como uma belíssima lição de vida e social.

Como se não bastasse o talento do sociólogo Betinho, do cartunista Henfil e do músico Chico Mário para rechear um doc, há também o exemplo de luta dos três, hemofílicos, como vítimas, soropositivos, contaminados em tratamentos de sangue. Mais que uma denúncia, o filme serve como um eterno alerta contra a incompetência da saúde pública.

Como diz o composito Fernando Brant logo no início dos depoimentos, a vida dos três foi como uma ópera. Inicia dramática, tem a tragédia mas encerra-se com a esperança sinalizando no final. A partir daí, Reiniger divide seu filme em três atos, entrecortada pela melodia da Orquestra Sinfônica da Petrobrás para a canção “Ressurreição”, que Chico Mário havia feito para Henfil quando este saiu da UTI nos anos 1980. A música, com um novo arranjo feito por Wagner Tiso, ganhou a dimensão trágica do destino dos três irmãos.

Buscando o equilíbrio de material de arquivo, com depoimento de famíliares e de autoridades das três áreas em foco, como Jaguar, Ziraldo, Chico Caruso, Tarik de Souza, João Bosco, Ivan Lins, Aldir Blanc, Sérgio Cabral e outros, “Irmãos de Sangue”, deixa um gosto amargo na boca, mas, também de orgulho por mostrar uma família que colocava a dignidade humana acima de tudo, e num igual patamar de justiça social para o Brasil.

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