
Filme sobre Cacá Diegues vai a Cannes
Filme de Lírio Ferreira e Karen Harley homenageia a trajetória de Cacá Diegues, mestre do Cinema Novo
Por Yuri Lins | 08.05.2025 (quinta-feira)

O cinema brasileiro terá dois representantes na edição deste ano do Festival de Cannes. Além de O Agente Secreto, novo longa-metragem de Kleber Mendonça Filho, que integra a competição principal e concorre à Palma de Ouro, o documentário Para Vigo me Voy!, de Lírio Ferreira e Karen Harley, foi incluído na seção Cannes Classics — dedicada a títulos restaurados e a filmes recentes sobre figuras de relevância na história do cinema.
A produção — realizada pela Coqueirão Pictures, Globo Filmes, GloboNews, Sinédoque, Dualto Produções e Raccord Produções — é um retrato íntimo e reflexivo de Carlos Diegues, um dos principais nomes do Cinema Novo e referência incontornável da cinematografia brasileira, falecido em fevereiro deste ano,. Em suas entrevistas finais, Diegues fala sobre cinema, política, o Brasil e sua trajetória pessoal, tecendo um autorretrato marcado pela lucidez e pela paixão pela arte.

Cartaz oficial do filme.
A exibição contará com a presença dos diretores Lírio Ferreira e Karen Harley, dos produtores Diogo Dahl e Maria Fernanda Miguel, do montador Lucílio Jota, do editor de som Waldir Xavier, da atriz Ana Maria Magalhães, do cantor Ney Matogrosso, de Renata Magalhães, companheira de Diegues, e da filha do cineasta, Isabel.
A seleção do documentário para o Cannes Classics também evoca a longa relação de Carlos Diegues com o festival francês. Ao longo da carreira, o cineasta teve oito de seus 17 longas apresentados em Cannes. Três deles participaram da competição oficial: Bye Bye Brasil (1980), Quilombo (1984) e Um Trem para as Estrelas (1987). Outros três foram exibidos na Quinzena dos Realizadores — Os Herdeiros (1969), Joanna Francesa (1973) e Chuvas de Verão (1978) —, enquanto Ganga Zumba (1964) foi selecionado para a Semana da Crítica. Em 2018, O Grande Circo Místico teve exibição hors-concours.
Vale lembrar que Diegues deixou um título póstumo: Deus Ainda é Brasileiro, continuação de seu clássico Deus é Brasileiro, com lançamento previsto ainda para este ano.
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