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Críticas

Colheita do Mal

Revisitando o Êxodo

Por Luiz Joaquim | 14.04.2007 (sábado)

Vê-se o empenho de Hilary Swank (a oscarizada “Menina
de Ouro”) em “A Colheita do Mal” (The Reaping, EUA,
2007), dirigido por Stephen Hopkins, mas com forte
impressão digital marcada na tela do produtor Joe
Silver (“Duro de Matar”, “Máquina Mortífera”). Ela é
Katherine, uma ex-missionário religiosa que depois de
perder a família durante um trabalho na África
transforma-se numa cética bióloga que passa a lecionar
e a desmistificar milagres ao redor do mundo.

Logo vai parar numa cidadezinha sulista para
investigar a morte de um garoto que coincidiu com a
transformação das águas de um rio local em sangue
humano. Suscitando clássicos do gênero horror como –
na abertura – “O Exorcista” (1973), “O Homem de Palha”
(1973) e “O Bebê de Rosemary” (1968), “A Colheita do
Mal” inicia com um equilibrado senso de administração
das informações para a protagonista, e para o
espectador, sobre o mistério que cerca a cidade.

É competente também como inicialmente apresenta as dez
pragas do Egito, registrada no capítulo do Êxodo (rio
de sangue, chuva de sapos, doença do gado, etc.) mas
os problemas começam a surgir à medida em que impõe
efeitos digitais para mostrar a peste dos gafanhotos,
a escuridão, os granizos de fogo e a morte do
primogênito. Além dos efeitos, destoando da proposta
inicialmente intimista do filme, a própria narrativa
começa a ficar auto-explicativa, como que
menosprezando a inteligência de seu público. Uma pena.

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