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Críticas

XXY

O martírio do sexo duplicado

Por Luiz Joaquim | 22.05.2008 (quinta-feira)

Quem não quiser se aventurar pelas estripulias de Indiana Jones ou do Homem de Ferro, ou ainda pelo colorido borrado de Speed Racer, a opção mais, digamos, adulta nos cinemas está no argentino “XXY” (2007), em cartaz a partir de amanhã (23) no Cinema da Fundação (Recife). É o primeiro longa-metragem de Lucía Puenzo e ela teve o privilégio de exibi-lo há exatamente um ano em Cannes, na Quinzena dos Realizadores. Com Ricardo Da-Rin, a maior estrela do cinema argentino, no elenco, “XXY” é um delicado estudo sobre a decisão social por qual sexo, em determinada altura da vida, um hermafrodita poderá optar.

No caso, temos Alex (a excelente Inés Efron) que aos 15 anos se masturba diariamente e nunca teve uma experiência sexual com outra pessoa. Com a chegada na casa de praia de uma família amiga de seus pais, incluindo aí um adolescente um pouco mais velho, Alex inicia com ele um assédio bem objetivo. O que ela não se dá conta, e descobre na seqüência, é que seus desejos sexuais são contraditórios ao seu corpo de mulher em inicial formação.

“XXY” abre janela fria para um tema raro e absolutamente pessoal, cercado de preconceitos sociais pela simples ignorância por uma questão tão sem respostas tanto para uma adolescente perdida quanto para os melhores sexólogos e psicólogos. O abismo aqui é profundo e Puenzo fez um filme respeitoso, audacioso e a altura da questão.

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