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Livro: O Grande Filme

Quer saber das estratégias de Hollywood?

Por Luiz Joaquim | 02.11.2008 (domingo)

É definitivamente prazeroso e revelador fazer a leitura de um texto sobre Hollywood tão independente de qualquer tipo de comprometimento político com a própria Hollywood. Esse texto é o de Edward Jay Epstein em seu 13° livro “O Grande Filme – Dinheiro e Poder em Hollywood” (387 págs., R$ 87,00), que a Summus Editora acaba de colocar nas livrarias.

PhD em Ciências Políticas, Epstein desvenda no novo trabalho um universo cercado por mitologia por conta de décadas de propaganda mágica feita pelos grandes estúdios para sugerir arte, critatividade e romantismo. Logo na ‘parte 1’, ele dá os perfis dos primeiros industriais do cinema no EUA, explicando as estratégias e negociatas que fizeram dessa classe economicamente tão poderosa já nos anos 1920.

Num escrita simples e objetiva, Epstein é direto e diz na seqüência (com uma significativa relação de dados númericos) como as seis principais companhias cinematográficas do mundo – a Columbia (hoje da Sony), a Warner (hoje da Time Warner), a Fox (hoje da News Corporation), a Universal (hoje da General Elétric), a Paramount (da Viacom International) e a Walt Disney (transformada em Walt Disney Company, que engloba parques tematicos e rede de TV aberta e a cabo) – estão representadas hoje por organizações que visam prioritariamente o lucro.

Nesse sentido, a criação e badalação em torno da premiação do Oscar, explica o autor, tem como propósito primeiro alavancar a promoção da própria Hollywood, movida a um glamour montado sobre atores que antes obedeciam cegamente aos estúdios que os mantiam sob contratos manipuladores.

Adequando-se às transformações sociais do mundo nos últimos 100 anos, a indústria, diz Epstein, não só adequou sua produção em torno de um discurso pró-americanização em seus filmes, como também nunca impôs limites na exploração da ilusão. Não é à toa que as muitas mudanças que ocorreram no mundo são sintetizadas de forma peculiar pelo cinema hollywoodiano. Epstein olha ainda para quem está na outra ponta do processo. O público, diz ele, é bombardeado por estas mensagens politizadoras, tornando Hollywood um potente agente social.

No que diz respeito ao avanço da tecnologia, o autor desdobra a adequação do mercado em função do lucro a partir da chegada do videocassete, DVD, da TV a cabo e pay-per-view, sem falar nos jogos de videogame, bonecos e roupas, entre outros produtos. Não esquecendo também dos cronogramas rigorosos de lançamento, para que nenhum dólara seja perdido no meio do caminho. “O Grande Filme” mostra-se, enfim, um compêndio essencial para se olhar de outra forma este circo milionário chamado Hollywood.

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