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Reportagens

Moviemax (Recife) e Fundaj reabrem cinemas

Sobre datas históricas de encerramento e reabertura de salas de cinema em Pernambuco em tempo da Covid-19

Por Luiz Joaquim | 15.10.2020 (quinta-feira)

 – na foto divulgação acima, a sala 1 do cine Rosa e Silva (Recife), do grupo Moviemax.

2020 é um ano histórico em vários aspectos. Todos eles forjados sob o horror da pandemia do Covid-19. Para os cinéfilos pernambucanos, o dia 20 de março foi, particularmente, a sua data histórica. Naquela sexta-feira, quem abrisse qualquer jornal do Estado, ou consultasse o seu smartphone, para procurar as opções de filmes em cartaz para pegar um cineminha encontraria o nada. Um vácuo deixado pelo coronavirus também contra o circuito exibidor do Estado.

As últimas salas a fecharem as portas no Grande Recife foram as do UCI/Kinoplex do shopping Recife, Casa Forte e Tacaruna; assim como as da Cinépolis nos shoppings Guararapes e Patteo; e as do Cinemark no shopping RioMar.

Exibiram até 19 de março, uma quinta-feira, os seguintes filmes estrangeiros O homem invisível, Parasita; Arlequina: Aves de rapina; Bloodshot; Aprendiz de espiã; A maldição do espelho; Terremoto; O oficial e o espião; Luta por justiça; Dolittle; Maria e João: O conto das bruxa; Sonic: O filme; e os brasileiros Solteira quase surtando; Vou nadar até você e Minha mãe é uma peça 3.

Um dia antes, na quarta-feira (18/3), ainda era possível também ir assistir aos títulos em cartaz nas salas da rede Moviemax, projetando, por exemplo, no cine Rosa e Silva, Meu nome é Sara; As primeiras férias não se esquece jamais; e Um vida oculta, de Terrence Malick.

O cine São Luiz (Recife), funcionou até a terça-feira, 17 de março, exibindo Fim de festa; e Doce entardecer na Toscana como estreia da semana; Parasita e Você não estava aqui, de Ken Loach, também eram opções.

A primeiras salas locais que interromperam a programação foram as do Cinema da Fundação. Seus últimos títulos exibidos iluminaram a tela pela última vez em 13 de março (uma sexta-feira). No Derby: Martin Eden (em caráter de pré-estreia). Em Casa Forte: Você não estava aqui e Antologia da cidade fantasma; com O jovem Ahmed e Fim de festa dividindo-se nas duas salas.

No sábado (14/3) estava agendada outra pré-estreia, em Casa Forte, a do documentário Mulher, de Anastasia Mikova e Yann Arthus-Bertrand, que não aconteceu.

REABERTURA – Sete meses depois, este mesmo documentário, Mulher, viria a ser o primeiro filme a ser projetado numa sala de cinema recifense (a sala da Fundaj no Derby) na era do novo Coronavirus. O filme reabriu o espaço semana passada, às 16h da quinta-feira (8/10) sob os protocolos de segurança sanitária estabelecidos pelo governo do Estado [veja detalhes do protocolo ao final dessa matéria]. Na mesma data, em Pernambuco, morreram oito pessoas vítimas da Covid-19, enquanto outros 539 casos de contaminação foram registrados no Estado que, até aquela data, somava 8.387 vítimas fatais desde o início da contabilização (conforme dados informados pelo Ministério da Saúde).

Em sua semana de abertura, encerrada ontem (15/10), o Cinema da Fundação (Derby) também ofereceu em sua cartela de filmes a estreia de Martin Eden – configurando o que talvez seja o mais distante espaço entre uma pré-estreia e a estreia de um filme -; a reapresentação de Fim de festa, de Hilton Lacerda; a pré-estreia de E então nos dançamos, de Levan Akin; além de sua sessão home-vídeo de clássicos no sábado, com O exorcista, de Friedkin.

Brian Cox em cena de “Antes de Partir” (2018)

Hoje (15 de outubro) é a vez do grupo Movimax abrir as portas em Pernambuco, o primeiro grupo privado de exibição a fazê-lo por aqui. Em sua cartela de ofertas aparece a estreia Scooby!, de Tony Cervone, como a primeira sessão a iluminar a tela do complexo, iniciando às 15h20. Há ainda a estreia O roubo do século, de Ariel Winograd. Junto com Scooby!, este é distribuído pela major Warner Bros. Acompanhando-os como estreia está a comédia francesa Quem me ama me segue!, de José Alcala (da cartela da distribuidora A2 Filmes) e o norte-americano Antes de partir, de Oded Binnun e Mihal Brezis (da cartela da Elite Filmes). Há ainda a reapresentação de O oficial e o espião, de Polanski (em exibição única, às 16h30 de hoje), título que já exibia no Rosa e Silva há sete meses.

Uma curiosidade jornalística é que, ainda que já tenhamos filmes em cartaz exibindo diariamente no Recife, os jornais locais, por sua vez, não estão estampando a programação das salas em seu roteiro. Se esse serviço irá voltar aos periódicos corporativos, não sabemos dizer. Quem sabe quando as grandes redes retomarem o seu funcionamento?

É aguarda para ver. Afinal, o momento é de mudança radical em todas as escalas da vida social e da vida do capital.

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Protocolo de funcionamento do Cinema da Fundação (Derby, Recife)

  • Sessões diárias (exceto às segundas)
  • Terça a sexta, duas sessões diárias (à tarde e à noite)
  • Sábado e domingo (3 sessões)
  • Entrada e saída do público das salas por portas diferentes
  • Uso de máscara obrigatório para público e funcionários.
  • Os bilheteiros e porteiros usarão máscaras,  Os porteiros devem usar, também, protetores faciais de polietileno.
  • Os assentos estão escalonados (e protegidos com capa para facilitar higienização), mantendo distância mínima de 1,5m entre as pessoas.
  • As sessões terão intervalo de, no mínimo, 60 minutos.
  • Nas filas das bilheterias e de acesso às salas, será mantida a distância de 1,5m.
  • Fica suspensa a distribuição, em papel, da programação semanal que ficará disponível apenas on-line.
  • Os ingressos passam a custar R$ 5 (meia) R$10 (inteira), Já as sessões Sábado à Tarde e Sempre aos Domingos ficam por R$5. A mudança ajudará a diminuir a circulação de dinheiro para troco. Antes da pandemia, eram cobrados R$ 7 (meia), R$ 14 (inteira) e R$ 3 (sessões especiais semanais).
  • A conferência de ingressos será visual, sem contato manual por parte do porteiro
  • Restringir o uso do elevador no Derby apenas para pessoas com dificuldade de locomoção.
  • Aferição da temperatura corporal do público na entrada dos prédios do Derby e Museu, onde estão instaladas as salas de cinema.
  • Acesso do público à dispositivos com álcool gel nas entradas dos cinemas.

Higienização do ambiente – protocolo

  • A cada sessão, os assentos que foram ocupados, e a sala em geral, devem ser limpos e desinfetados, além dos espaços serem abertos para maior circulação do ar no ambiente.
  • Será feita também higienização também dos corrimãos, puxadores de portas ou qualquer outra superfície de contato;
  • Sanitização periódica (a cada 15 dias) das salas e cabines do cinema.
  • Colocação de tapetes sanitizantes nas entradas dos prédios e respectivas sala de cinema.

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