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Reportagens

Oscarito, 100 anos

Centenário do homem que se confundia com a Chanchada

Por Luiz Joaquim | 16.08.2006 (quarta-feira)

Há 100 anos nascia em Málaga, Espanha, Oscar Lorenzo
Jacinto de la Imaculada Concepción Teresa Diaz. Apesar
dos sete nomes, foi por um outro – o de Oscarito – que
Oscar viria a ser conhecido no Brasil como a grande
personalidade que a comédia cinematográfica produziu
nos seus anos de ouro, os anos 1940 e 1950. A origem
de sua graça veio da própria família, de vocação
circense.

Com apenas um ano, em 1907, Oscarito já desembarcava
no Rio de Janeiro para explorar o território
brasileiro e relatos contam que já aos cinco
trabalhava no picadeiro. Antes de chegar propriamente
ao cinema, e depois do picadeiro, o ator havia
experimentado o palco, em teatros de subúrbio até
passar a excursionar pelo Brasil e exterior. Sua
dedicação e paixão pela encenação lhe valeram o título
de melhor ator em 1948.

Antes disso, em 1942, Oscarito já havia incursionado
pelo rádio, tendo gravado também dois discos. O
sucesso o levou a TV Rio, na Tupi, ancorando o
programa “Trapalhadas de Oscarito”, quase que
antecipando o que viria marcá-lo na cinema. Mas sua
estréia na tela grande havia se dado muito antes, em
1933, no “A Voz do Carnaval”, de Adhemar Gonzaga e
Humberto Mauro. Nove filmes depois, a partir de 1943 e
por 20 anos daí, o artista viria a ser contratado
exclusivo da Atlântida.

Freqüentemente comparado com Chaplin, Totó e
Cantinflas, ficava difícil estabelecer um traço
interpretativo do ator. Eram inúmero os trejeitos,
quanto a capacidade para criar improvisos. Na
linguagem da chanchada, ajudou a definir os contornos
mais precisos da paródia. Exemplos são os trejeitos
como o de Rita Hayworth que faz em “Este Mundo É um
Pandeiro” (1947), ou dançando como Nijinsky em “A
Dupla do Barulho” (1953), ou mesmo quando assume a
expressão e a voz de Getúlio Vargas em “Nem Sansão nem
Dalila” (1953).

A perfeita química com Grande Otelo começou na
Atlântida, com “Tristeza não Pagam Dívidas” (1943), e
tornaram inesquecível a figura dos dois em “Carnaval
no Fogo” (1949) como Romeu (Oscarito) e Julieta
(Otelo), ou na sátira “Matar ou Correr” (1954). Com o
declínio da Atlântida e a transferência da Chanchada
para a TV, Oscarito só faria mais três filmes depois
de 1962, já com o Cinema Novo dominando as telas. Em
seu último filme “Jovens pra Frente” (1968), fazia um
padre simpático. Dois anos depois, o ator viria a
falecer no Rio de Janeiro a 12 dias de completar 64 anos.

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