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Críticas

Sem Controle e 1408

Thriller tupiniquim e quarto do mal

Por Luiz Joaquim | 01.11.2007 (quinta-feira)

Com a estréia de “Sem Controle” (Brasil, 2007), a produção nacional alarga o leque de gênero cinematográfico. Fruto de um projeto de cinco anos do produtor Júlio Uchoa, o longa-metragem tocado pela estreante na direção Chris D’Amato é um thriller no melhor estilo dos norte-americanos. Mas, apesar da similaridade na estratégia narrativa e opção dramática para conduzir a história, “Sem Controle” não soa como uma imitação barata.

Pelo contrário, o filme tem um “gosto” bem definidamente brasileiro, e se utiliza de uma história real, a do último condenado à pena de morte no Brasil – o fazendeiro Motta Coqueiro, por volta de 1850 – para conduzir o espectador a uma situação limite vivida pelo protagonista, o dramaturgo contemporâneo Danilo (Eduardo Moscovis, Ok).

Falido psicologicamente após o fracasso de sua última peça, Danilo vai para uma clínica se reabilitar e lá conhece uma mulher misteriosa (Milena Toscano, limitada), e por isso atraente. Lá, ele remonta a peça – que conta a história de Motta Coqueiro – como exercício terapêutico para os pacientes. O resultado se transforma num pesadelo do qual Danilo não consegue mais sair.

Com exceção de algumas atuações deficientes e da insistente intercalações na narrativa com flashes sobre a infância traumática do protagonista – isto sim um ranço dos thrillers americanos – “Sem Controle” funciona e abre alas com dignidade para o gênero no Brasil. Curiosidade: o dublê de Moscovis nas cenas de ação é o jornalista pernambucano José Carlos Collier.

FANTASMAS
E por falar em thrillers, estréia “1408” (EUA, 2007), de Mikael Hasfström (ex-crítico de cinema sueco), com John Cusack e Samuel L. Jackson. Baseado num conto de Stephen King (provavelmente um bom conto), o 1408 do título se refere ao número do quarto de um hotel novaiorquino (foto acima) onde aconteceram mais de 50 mortes misteriosas em cerca de 100 anos de existência do hotel.

É para lá que vai um escritor (Cusack) especialista em investigar e desmascarar famosos lugares “mal-assombrados”. Até lá entrar no tal quarto, “1408” funciona em sua proposta de excitar o espectador com algo inexplicável. Boa parte deste merito, deve-se a participação de Jackson, como o gerente do hotel.

Problemas começam a surgir quando Cusack finalmente entra na hospedagem o sobrenatural começa a agir. Ele age, ou se mostra para a platéia, através dos cansados clichês do horror. Saudades de Kubrick adaptando King.

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