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Entrevistas

Entrevista: Camilo Cavalcante (longa-metragem)

A História da Eternidade, o longa

Por Luiz Joaquim | 13.12.2010 (segunda-feira)

Há um mês, a Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura (MinC) anunciou os sete projetos vencedores do edital para longa-metragem de baixo orçamento, conhecido no meio cinematográfico simplesmente pelas iniciais B.O. Com intenção, entre outras, de descentralizar a produção do Sul e Sudeste do País, o edital contemplou dois projetos paulistas, um carioca, três nordestinos e um da região Norte. Cada um recebe R$ 1,2 milhão de reais para a realização de um longa-metragem.

É um projeto celebrado também pela oportunidade que oferece aos iniciantes. Dos sete selecionados, apenas dois realizaram longas de ficção: Vinicius Reis (de “Praça Saens Peña”), vencedor pelo projeto “Sobre Ruínas”; e Tatá Amaral (de “Um Céu de Estrela”, “Através da Janela”, “Antônia”), vencedora por “De Menor”.

Os estreantes são, da Amazônia, Sérgio J. de Andrade, com “A floresta de Jonathas”; o casal baiano Cláudio Marques e Marília Hughes (dos ótimos curtas “Carreto” e “Nêgo Fugido”), com “Depois da Chuva”; o paulista Fernando Coimbra, com “O Lobo Atrás da Porta”; o cearense Alexandre Veras, com “Quando Todos os Acidentes Acontecem”; e o pernambucano Camilo Cavalcante, com “A História da Eternidade”.

CAMILO
A contemplação de Camilo, dono de uma, nacionalmente, respeitada filmografia em curtas-metragens (são mais de 12 trabalhos, contabilizando quase 100 premiações), gerou um contentamente no meio exatamente por entender-se Camilo maduro o suficiente para um voo mais alto. Conhecida também era a peserverança. Este foi a terceira vez consecutiva que inscreveu seu roteiro do longa “A História da Eternidade” no edital do MinC.

“Sem dúvida”, confessa Camilo, “houve um amadurecimento no projeto. O tempo foi importante para isso. No início o projeto era muito extenso. Eram 162 páginas. Na segunda vez, 132 e hoje está com 125 páginas. Sei que ainda precisamos mexer mais, mas são modificações apenas para cortar excessos. O ponto central continua o mesmo”, explica.

Nesse processo, Camilo lembra de dois elementos que o ajudaram na confecção do roteiro. “Em 2006, ganhamos um prêmio de desenvolvimento de roteiro, também do MinC, o que nos possibilitou uma imersão no projeto. Foram dois meses no Sertão, e quero acreditar que essa vivência emprestou uma honestidade maior a tudo”, relembra. O segundo empurrãozinho, diz respeito ao workshop de roteiro que experimentou sob orientação do especialista franco-argentino Gualberto Ferrari, em maio último, por uma parceria da Fundação Joaquim Nabuco com a Prefeitura do Recife.

Apesar da satisfação com o prêmio do MinC, que elevou em 200 mil o valor do prêmio, Camilo entende que pode precisar de outros aportes. “Não é exatamente uma produção tão cara, pois se passa numa única locação, mas o fato de ser no Sertão, aumenta os custos de transporte e hospedagem. Também faremos uma ensaio mais elaborado”.

Os planos para começar as filmagens, aponta, são para acontecer entre setembro e outubro de 2011. “Em maio devemos iniciar a pré-produção. Ainda temos muitas possibilidades a ponderar”. E sobre a estética? Quando perguntamos se podemos esperar algo próximo ao seu curta homônimo, Camilo responde de pronto. “Não. Será diametralmente diferente. A narrativa será mais linear. Enquanto o curta era mais cinestésico, o longa trará três histórias de amor. O impacto emocional será diferente”, revela.

Antes mesmo de pensar em “A História da Eternidade”, Camilo deverá tocar outro projeto, talvez em janeiro, para a TV, pelo qual vai entrevistar personalidades do cinema, muitas já idosas e nem sempre lembradas pelo mainstream com o respeito que merecem.

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