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Festivais

3o Olhar (2014) – dia/noite 6

Ascensão de um jovem talento

Por Luiz Joaquim | 04.06.2014 (quarta-feira)

CURITIBA (PR) – Cada vez mais interessado também nos curtas-metragens, este 3o Olhar de Cinema: Festival Internacional de Curitiba reúne este ano – entre os cerca de 100 filmes programados – mais títulos de curta duração do que os de extensa duração.

Mesmo com um linha dedicada a crescente e interessante produção local – o programa “Mirada Paranaense” -, a competitiva de curtas-metragens é ainda o programa mais procurado da categoria.

Pernambuco está presente entre os 11 títulos (entre estrangeiros e nacionais) que concorrem por aqui. Ele aparece na figura de Hilton Lacerda, como co-roteirisa ao lado do diretor Marcelo Caetano pelo curta “Verona”.

Ainda desenvolvendo seu primeiro longa-metragem – “Corpo Elétrico -, Caetano faz parte daquele time de realizadores que já desenhou uma assinatura própria com seus curtas (“A Tal Guerreira”, 2008; “Bailão”, 2009; “Na sua Companhia”, 2012). De modo que ver cada um novo trabalho seu é perceber claramente sua evolução.

Reconhecido também como excelente assistente de direção para importantes longas da recente produção – comandados por Lacerda, Daniel Aragão, Claudio Marques e Marília Hughes, Kiko Goifman e Daniel Aragão -, o curtametragista mineiro de fato parece dominar com cada vez mais segurança suas histórias.

Em “Verona”, tudo acontece num casa isolada, no meio do mato, onde o casal Walter e Felipe preparam seu casamento. A tensão surge com a chegada da Europa do cantor e dançarino Elias, antigo parceiro profissional do músico Walter, de quem Elias se sente hostilizado.

Menos pelo possível acerto de contas entre os dois que o roteiro sugere (isto nem é o mais importante aqui), “Verona” deixa claro que o valor do curta aparece mais forte é na capacidade de Caetano construir situações dramaturgicamente consistentes.

O roteiro a quatro mãos com Hilton encontrou no diretor o timing certo para uma mise-en-scène que ajuda a nos tornar rapidamente próximos daquela ambiência e situação. E isso não é pouco para um curta-metragem.

Acompanhando esta mesma qualidade de empatia imediata com a ambientação e drama de seus personagens, o francês “La Maillot de Bain” (O calção de banho), de Mathilde Bayle, apresenta Rémi, um menino franzino de 10 anos que veraneando num praia com a família, fica fascinado com a figura máscula de Stéphane, 35, pai de sua coleguinha Léa.

Com extrema sutileza, Mathilde deixa a nosso cargo desvendar o sentido desse fascínio. Uma primeira paixão homossexual? A carência da figura paterna? Ou apenas o desejo de ser igual a Stéphane quando crescer?

ATORES – A atriz pernambucana Nash Laila (de “Amor, Plástico e Barulho”, também exibindo aqui), participou ontem do debate “O ator e seus processos”, ao lado de Letícia Sabatela, Mayana Neiva, Fernando Alvez Pinto e os diretores Paulo Sacramento e Aly Muritiba.

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