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Reportagens

O Brasil no 67º Festival de Berlim

Há sete anos o Brasil não tinha um representante na seção “Generation”, do Festival de Berlim

Por Luiz Joaquim | 22.12.2016 (quinta-feira)

* Com texto da assessoria da Vitrine Filmes.

O longa-metragem As duas Irenes, dirigido por Fabio Meira, é um dos selecionados para o 67o Festival de Berlim, que acontece de 9 a 19 de fevereiro de 2017, e será exibido na seção Generation, que reúne filmes com protagonistas jovens. Primeiro longa dirigido por Meira – roteirista, com a diretora Caru Alves de Souza, do longa De Menor, premiado como Melhor Filme do Festival do Rio de 2013 –, As duas Irenes parte da descoberta de uma menina de 13 anos, de uma família tradicional do interior: o pai tem uma filha de outra mulher, com a mesma idade e o mesmo nome dela, Irene.

“A questão mais forte do filme é a identidade. A filha do meio que se sente num lugar de rejeição e começa a tentar descobrir quem ela é e quem quer ser. Ela começa a perceber como se dão as relações sociais e vai entendendo que o universo adulto é feito também de segredos e mentiras”, afirma Meira, formado pela Escola Internacional de Cinema de San Antonio de Los Baños, em Cuba e que começou no cinema como assistente de Ruy Guerra em 2004, em O veneno da madrugada.

Com um elenco formado ainda por Marco Ricca (como o pai) , Susana Ribeiro e pelas atrizes do Grupo Galpão Inês Peixoto e Teuda Bara, As duas Irenes é protagonizado por Priscila Bittencourt e Isabela Torres, escolhidas após extensa pesquisa de elenco em Goiás e Brasília, em testes com 200 meninas. “Minha maior felicidade nesse filme é o trabalho com o elenco e a oportunidade de lançar duas atrizes jovens e incríveis”, diz o diretor.

A Generation seleciona obras unidas pelo tema das experiências juvenis e há sete anos o Brasil não tinha um representante nesta seção do Festival de Berlim. Para Meira, o filme não poderia estrear em lugar melhor: “A entrada na maturidade é um tema clássico do cinema, a Generation é o lugar do filme”.

As duas Irenes foi rodado em 2015 em Goiás, mostrando uma pequena cidade que não localiza as personagens em um tempo/espaço específico. “Foram quase dois anos de pesquisa de locação. Queria propor um recorte da Cidade de Goiás diferente do usual. A intenção é parecer uma cidade quase deserta, e não um ponto turístico”, explica o diretor.

Com patrocínio do Fundo de Cultura de Goiás, da Lei Goyases e do ProAc SP, o filme foi realizado com R$ 1,2 milhão e produzido pela Roseira Filmes e pela Lacuna Filmes, de Diana Almeida e Daniel Ribeiro  produtora do sucesso de público e crítica Hoje eu quero voltar sozinho – e com coprodução da Balacobaco Filmes. As duas Irenes será vendido internacionalmente pela agência italiana True Colours e  distribuído no Brasil pela Vitrine Filmes no segundo semestre de 2017.

OUTROS FILMES EM BERLIM – O filme Mulher do pai, de Cristiane Oliveira, também está na seleção da Generation, da Berlinale 2017. Mulher de pai conta a história de Ruben e Nalu, que moram no campo, perto da fronteira entre Brasil e Uruguai. Quando ele percebe que a filha, aos 16 anos, já é uma mulher, uma perturbadora proximidade surge entre os dois. O estranhamento inicial dá lugar ao ciúme quando Rosario, uma uruguaia, ganha espaço na vida de ambos. O filme é co-produzido com o Uruguai.

 Pendular, de Julia Murat, foi selecionado para o festival na Mostra Panorama. O filme narra, por meio da trajetória de um casal de artistas contemporâneos, como os limites, contradições e obsessões de um relacionamento amoroso refletem no trabalho artístico de cada um deles. Saiba mais sobre o filme aqui.

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