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Festivais

13. CineOP (2018) – noite 1

Beleza, emoção e contestações na abertura do 13º CineOP

Por Luiz Joaquim | 15.06.2018 (sexta-feira)

– na foto acima de Roberto Staino, o diretor Neville D’Almeida e a homenageada Maria Gladys. 

OURO PRETO (MG) – Deve haver algo de muito especial no pão de queijo desses mineiros, ou é apenas na equipe da Universo Produção mesmo. Isso porque por mais afinada que seja uma abertura dos eventos promovidos por eles, a equipe conseguem surpreender (pro bem) com uma nova e cativante cerimônia de abertura. No caso de ontem (14), quando o Cine Vila Rica foi palco da abertura do 13º CineOP: Mostra de Cinema de Ouro Preto, havia uma mistura de contestação social, celebração artística e alegria de viver. Combinação não tão simples de afinar.

No caso, a contestação veio pelas palavras de abertura da coordenador do CineOP, Raquel Hallak, ao lado de Quintino Vargas e da irmã Fernanda, no palco do cinema para abrir oficialmente o evento. Nas falas de abertura de cada evento que promove, Raquel empenha boas palavras para ressaltar, mais do que a importância, a necessidade, de cuidarmos do audiovisual. Aqui em Ouro Preto, além dos avanços do Plano Nacional de Preservação, a coordenadora dedicou parte do discurso para ressaltar a urgência de lutarmos pela escola pública.

Marcelo Veronez em foto de Leo Lara

Na sequência, uma performance audiovisual  com música ao vivo de Barulhista (artista mineiro) guiado pela espírito musical dos tropicalista. O cantor Marcelo Veronez entoava desde Domingo no parque, de Gil, até Eu quero é botar meu bloco na rua, do Sérgio Sampaio, com direito a crianças brincando ao seu redor. Num outro momento, a artista Idylla Simarovi representou o sofrimento de maltratos por tortura física enquanto a plateia ouvia relatos reais de vítimas da ditadura militar.

Mas a leveza retornou ao palco com a chegada da homenageada Maria Gladys, que recebeu o Troféu Vila Rica das mãos de artistas queridos, entre eles Neville D’Almeida e Geraldo Veloso.  Gladys lembrou da trajetória iniciada no final dos 1950, como dançarina de Rock, passando pela televisão, teatro e cinema.

foto de Leo Lara

A força do discurso de Gladys concentrou-se nas lembranças de sua trajetória difícil mas firme e autêntica na cinematografia brasileira. Lembrou quando lhe diziam, no início da carreira, que ela não seria interessante para trabalhar personagens estrangeiros pelas suas características. “Antes não gostava, mas hoje eu acho bom”. Citou os gênios com quem trabalhou – entre eles Rogério Sganzerla – de quem o longa Sem essa Aranha (1970) exibiu na sequência – e desceu do palco dançado ao som da música de Sérgio Sampaio. A alegria era autêntica.

– Viagem a convite da Mostra.

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