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Críticas

Yesterday

Sendo honesto, assume-se, sem culpa, que o filme de Danny Boyle é simplesmente divertido.

Por Luiz Joaquim | 07.09.2019 (sábado)

Condenando por dez entre dez críticos de cinema ao redor do mundo (incluindo este que aqui escreve), Danny Transpotting: Sem limites Boyle está em cartaz com Yesterday (GB, Rus., Chi., 2019). Pequena fábula romântica moldada ao gosto britânico a partir de um universo paralelo onde o aspirante a roqueiro Jack Malik (Himesh Patel) percebe que é a única pessoa no planeta que tem na memória as músicas e a história de sucesso dos Beatles.

É nesse universo sem Coca-Cola e também sem Harry Potter que ele decide apresentar ao mundo como suas obras-primas do naipe de Let it be, Hey jude e a canção que dá título ao filme, entre outras.

São divertidas as reações de Patel encarnando um Jack incrédulo ao se perceber nesse mundo paralelo; são divertidas as diversas surpresas de suas plateias ao ouvir pela primeira vez canções que nós, espectadores, conhecemos há mais de cinco décadas, idolatrando-as; são divertidas as formas que o filme determinou para como o nosso mundo contemporâneo ‘venderia’ a imagem de um novo gênio da música; é divertido, enfim, esse Yesterday.

Parece não haver trapaça aqui. O que se vende é o que se colhe pelo espectador. Inclusive na subtrama do romance impossível entre a amiga de infância e primeira empresária de Malik, Ellie (Lily James). É leveza sem consequências o que se tem. É. Isso também pode em bons filmes. E os britânicos brincam bem nesse campo. Mas Yesterday também promove um desfecho ético, próprio de um protagonista que é sério consigo mesmo e que não poderia trair nem a si nem a empatia que estabelece com os espectadores desde os seus primeiros minutos.

Em tempo: Há o ótimo curta-metragem mineiro Os filmes que não fiz (2008), que projetou Gilberto Scarpa para o Brasil, e nele há Zélvis, personagem que fazia cover de Elvis Presley e após ser atingido por um raio, descobre que ele é o único no mundo que conhece suas músicas para, daí, criar uma nova carreira de sucesso assumindo as músicas do Rei como se suas fossem. Semelhança, cópia, plágio cometido por Boyle? Que vocês decidam, junto a justiça. Para ver Os filmes que não fiz, clique aqui.

 

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