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Entrevistas

Entrevista: Kleber Mendonça Filho, Emilie Lesclaux

Críticos

Por Luiz Joaquim | 08.03.2006 (quarta-feira)

Luiz Joaquim – Você vinha captando imagens desde 1998. Algum método?

KleberAo filmar as entrevistas, percebi que o tema
mais interessante era a tensão na relação entre
cineastas e críticos. Comecei a desdobrar esse tema em
outros e percebi que era um assunto em que 99% dos
entrevistados tinham muito interesse de falar. Não
tinha um planejamento ou cronograma. Se não fosse por
Emilie, esse material ainda estaria bruto e eu estaria
ainda fazendo curtas de ficção.

EmilieKleber não tinha tempo para trabalhar no
material, então comecei a olhar as entrevistas e
transferir para o computador. Depois passamos a pensar
como ordenar todo aquele caos.

O documentário pode ser lido como um desabafo?

KleberNunca pensei assim. É mais uma maneira de
compartilhar esse trabalho, não só na crítica, mas na
mecânica do cinema que, além de fazer filmes, consiste
em escrever um livro ou sobre um filme, ou quando se
programa uma sala. “Críticos” é um pequeno documento,
um registro sobre um conflito que existe. E é um
conflito fascinante porque tem a ver com ponto de
vista, opinião, identificação, orgulho, desprezo,
rejeição, aceitação, enfim, tem um aspecto humano.

Qual o critério para escolher as falas que iam constar
no filme?

EmiliePrimeiro tinha de ver o que chamava a
atenção, mas depois, vendo montado, e conversando com
Kleber a gente percebia ainda que podia ser mudado.

KleberCom o tamanho do material que nós tínhamos,
era preciso deixar que o material falasse sozinho e
nos dissesse o que fazer com ele e não o contrário. E
o formato do filme é o mais básico que se pode fazer
hoje com a tecnologia que temos. Eu estava sempre com
a câmera na bolsa, chegava para pessoa, dizia que
estava fazendo um documento e pedia um depoimento. Às
vezes não tinha boom, e fazia com microfone normal e
em qualquer lugar. Gosto desse idéia.

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