X

0 Comentários

Entrevistas

Entrevista: Lívia Falcão

Pensei na personagem como se fosse uma manga doce, diz Lívia Falcão

Por Luiz Joaquim | 27.09.2007 (quinta-feira)

Semana passada, a atriz pernambucana Lívia Falcão deu uma pausa nas gravações da novela “Eterna Magia” para vir ao Recife promover “O Homem que Desafiou o Diabo”, produção de Lucy e Luis Carlos Barreto, sob direção de Moacyr Góes. Atuando numa encenação que busca o pitoresco do nordestino, Lívia interpreta Dualiba, a quarentona virgem que se casa com o herói Zé Araújo, vivido por Marcos Palmeira. Por telefone de sua casa, Lívia falou com a Folha sobre atuar no cinema e o poder de comunicação do novo filme.

Como surgiu o convite?
Cibele Santa Cruz, também de Pernambuco, era a produtora do elenco. Me viu atuando na Peça “Caetana”, em São José do Rio Preto, daí ela, junto com Paula Barreto, filha do Barretão, me convidaram logo para a leitura do roteiro. Não era um teste. Na leitura, fiquei assustada com as cenas na cama. Pensei, “como é que isso vai ser encenado?”. Na ‘conversa filmada’ que tive com Moacyr e Marcos Palmeiras foi mais fácil de entender o processo.

Do elenco feminino principal, me parece que você é a única nordestina. Isso significa alguma coisa? Como podemos interpretar isso?
Acho que não foi proposital. Muitas atrizes foram testadas, não sei como foi acerto para convidar algumas atrizes específicas. Quando me escolheram para Dualiba, em outubro do ano passado, acho que havia uma preocupação do Moacyr em ter uma nordestina no elenco sim. Para mim foi difícil por que é sempre uma responsabilidade iniciar uma obra. (Dualiba é a primeira mulher em cena com o protagonista). A primeira fala de uma peça, a primeira cena de um filme é sempre delicada.

Alguma referência especial para criar sua Dualiba?
Muitas. Li o livro, depois li todas as adaptações para o teatro e procurei dar uma humanizada no personagem. No livro, Dualiba é mais uma entidade. Está mais para Cão Miúdo e Mãe de Pantanha. Achava que Dua tinha de ser mais humana. Todos os personagens são meio estereotipados e eu não queria ficar na superfície. Busquei o Nordeste de nossas manifestações populares para cria-la. Na minha cabeça, Dualiba tinha o gosto de uma manga doce.

Foi fácil trabalhar com o Moacyr Goes?
Ele é um diretor que ama os atores. Eu pude ver essa verdade desde a primeira reunião. Era fácil confiar nele. Coisa de coração mesmo, sabe? A preparação foi muito legal. Fique por 15 dias no Rio de Janeiro com o elenco principal, e o Moacyr fez um ótimo trabalho para criar cumplicidade e confiança no set. E isso era o mais importante que poderia haver nas cenas que fizemos.

Você ê acredita que o filme pode funcionar bem em qualquer região do país?
Eu acho que sim. Ontem (20 de setembro), aqui no Recife, foi a melhor exibição de pré-estréia. Vi no interior do Rio, vi em São Paulo. No Nordeste conhecemos esse ambiente, e as piadas, todas elas funcionam. Já em São Paulo, mesmo sem entender todas as piadas, vi que o filme funcionou. Acho que o filme funciona como se abríssemos uma portinha para outra região do País. Temos uma prosódia diferente e ele (o filme) pode agradar porque todos os bons ingredientes.

Algum novo projeto no cinema?
Não. A novela suga a alma da gente. Minha meta principal é terminar a novela e curtir o lançamento do filme. Ah, e também lançar um livro do “Caetana”

Mais Recentes

Publicidade