Esta semana, o cineasta Breno Silveira esteve no Recife. Foi a primeira de muitas visitas que fará em 2008 a Pernambuco para começar a dar corpo ao projeto que transformará a vida de Luiz Gonzaga em um longa-metragem dramatizado. Da mesma forma que no seu megasucesso anterior, “2 Filhos de Francisco”, quando retratou a vida da dupla Zezé de Camargo e Luciano pela perspectiva do pai, Silveira volta a fazer um filme sobre uma celebridade musical de vulto muito maior e também com um olhar de dentro da família.

A concepção ainda está seminal, mas o enredo dará margem para que a vida de Gonzagão (1912-1989) possa ser contada pela ótica do filho Gonzaguinha (1945-1991). É sabido que pai e filho tinham relações conflituosas que foram dissipadas numa reconciliação no início dos anos 1980.

“Compramos os direitos autorais do livro ‘Gonzaguinha e Gonzagão: Uma História Brasileira’ (Ediouro, 384 págs.), de Regina Echeverria, mas é importante ficar claro que o filme não será uma adaptação deste livro. A obra de Gonzagão é muito maior e nenhum livro que tenhamos visto alcançou essa dimensão”, diz o cineasta cujo avô, pernambucano, era amigo do Rei do Baião.

Breno afirma que, exatamente por ser uma história de vida tão gigantesca, a elaboração do roteiro deve durar cerca de um ano. “Faremos diversas viagens a Recife e Exu, além do Rio de Janeiro e Belo Horizonte, onde Gonzagão fez as pazes com o filho”, adianta.

A vinda ao Recife serviu para contactar e reunir todos os familiares do cinebiografado para assinar um contrato e autorizar a confecção de um pré-roteiro. “Da minha pesquisa quero fazer um documentário, que ajudará como ponto de partida para o filme dramatizado. O apoio das produtoras daqui será fundamental”, comenta, dizendo que já travou conhecimento com a local Rec Produtores Associados para uma parceira. Silveira diz que no final de 2008 pretende começar as filmagens, fazendo inclusive seleção de elenco com atores da região.

“Me sinto honrado de participar de um projeto assim. Trata-se de um épico e o longa pode até ficar com mais de duas horas de duração”. Durante o processo, Silveira lança, no 2º semestre de 2008, seu novo filme, “Era Uma Vez no Rio”, do qual se reservou a não adiantar nenhuma informação.