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Críticas

As Crônicas de Nárnia: Príncipe Caspian

Nárnia conclama suas crianças

Por Luiz Joaquim | 28.05.2008 (quarta-feira)

Basta um pouquinho de atenção para entender que a estrutura das fábulas infantis quase não variam em sua estrutura dramática. Independente do tempo e do lugar, parece haver uma convergência, ou uma comunhão (ou uma carência de inventividade mesmo por parte dos novos autores) para se criar situações mais surpreendentes. É por essa deficiência que, quando surge um argumento inovador para as crianças, como “E. T. – O Extraterrestre” (há 26 anos), ele vira modelo. Não há dúvida que, se Monteiro Lobato fosse adaptado por Hollywood, não ficaria um milímetro atrás da fantasia que propõe o inglês C. S. Lewis (1898-1963), autor do romance do qual deriva o filme.

E a repetição se perpetua com “As Crônicas de Nárnia: Príncipe Caspian” (The Chronicles of Narnia: Prince Narnia, EUA, 2008), do mesmo Andrew Adamson, diretor do primeiro filme em 2005. No novo “Narnia”, a realeza juvenil formada por Lúcia (Georgia Henley), Ed (Skandar Keynes), Pedro (William Moseley) e Susana (Anna Popplewell) voltam ao reino encantado do título, mas se passaram mais de mil anos, enquanto que para os jovens, apenas um ano em Londres.

O chamado aconteceu com a trompa mágica pela boca de Caspian (Ben Barnes), o legítimo herdeiro dos telmarinos que, nesse último milênio, oprimiu Nárnia, transformando os habitantes do lugar – ou seja, os bichos falantes – em animais assustados e assustadores. Passados para a outra dimensão, o quarteto real ajuda o príncipe Caspian a repor a paz no lugar, numa batalha contra seu tio malvado interessado no trono.

Na guerra contra os homens, além de ratos espadachins, entram centauros e outras criaturas assim e os heróis só sentem falta do leão Aslam (voz de Liam Neeson). A brincadeira é excelente para estimular a curiosidade da molecada para as figuras da mitologia grega. Mas há outras qualidades também. Estão no quesito cinematográficos. Nárnia não exacerba nos efeitos especias, ou ao menos não deixa essa impressão, e tem um elenco afinadíssimo. A pequena Henley, Keynes, Moseley e Popplewell são atores tão nobres quanto os personagens que interpretam. E o ritmo e timing de Adamson não deixa ninguém se perder aqui, nem tampouco deixa se entediar. As crianças espectadoras estão em boas mãos aqui.

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