Semana passada começou a circular pela internet a informação de que o ator pernambucano Tay Lopez, radicado em São Paulo, teria sido escolhido pela produtora carioca LC Barreto para protagonizar o filme que Fábio Barreto fará baseado no livro “Lula, O Filho do Brasil”, de Denise Paraná.

Orçado em cerca de 12 milhões de Reais, a dramatização começa com o parto de uma criança que morre para logo depois mostrar o nascimento de Lula, seguido de sua infância miserável no interior de Pernambuco, a migração num pau-de-arara para São Paulo, a adolescência em Santos, o primeiro e o segundo casamento, a entrada no sindicalismo e vai até a morte de Dona Lindu em 1980, quando Lula estava preso e foi liberado para o ir ao funeral, onde fez um discurso histórico.

Para cobrir todo o período da história, a produção trabalha na escolha de quatro atores que viverão Luiz Inácio Lula da Silva. entre 5 e 6 anos, 10 e 12 anos, 15 e 16 anos e a idade adulta. Lopez, que pode ser visto como o pastor Jaziel no filme “Última Parada 174”, de Bruno Barreto, irmão de Fábio.
Por telefone, a produção da LC Barreto desmentiu a informação que Lopez tinha já sido definido como o Lula adulto do filme. “Essa informação vazou. Não deveria, mas não vai prejudicar os testes que ainda acontecem e vai definir entre três atores, a participação de Tay como Lula ou outro personagem no filme”, disse Helena, uma das produtoras. “Até o final de novembro, faremos a divulgação oficial”.

De São Paulo, Tay Lopez ainda não assimilou o assédio que tem recebido por algo que nem está definido. “Me sinto lisonjeado com esse interesse. Costumo dizer que também sou um ‘Silva’ que saiu de Pernambuco em busca de oportunidade”. disse à reportagem da Folha. “Os testes realmente ainda acontecem para ver quem melhor se adequa ao protagonista. Algumas certezas já existem. A Cleo Pires será a primeira esposa e Glória Pires, Dona Lindu”, adiantou.

Morando há 10 anos em São Paulo, Tay também já foi visto em “A Pedra do Reino”, de Luiz Fernando Carvalho, no qual fez o revolucionário Adalberto Coura. Era uma cena trágica, num embate com Luiz Carlos Vasconcelos. “Foi minha estréia no audiovisual”, conta Tay, cuja formação é no palco. “Nao tenho formação acadêmica, passei por vários grupos e linguagens no Recife, aí tive uma crise e vim a São Paulo em busca de conhecimento em workshops internacionais e na Escola de Artes Dramáticas. Acaba que já estou aqui há dez anos”, revela.

Enquanto não sai a definição para protagonizar Lula, Tay vai se empenhando nos testes que lhe devem garantir algum personagem no filme de Barreto. “Está sendo um prazer tudo isso porque eu tinha interesse de trabalhar com cinema. Sempre fui um cinéfilo e sempre quis aprender mais sobre isso, mas só agora corri atrás”, disse. Que venham os frutos então.