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Críticas

Lemon Tree

Palestinos e israelista brigam por limões

Por Luiz Joaquim | 23.01.2009 (sexta-feira)

Numa semana histórica para a política mundial, com a posse de Barack Obama como o 44° presidente dos EUA, o mundo também vê crescer a tensão na Faixa de Gaza onde mais de 1.200 palestinos já foram mortos num conflito iniciado há um mês contra israelitas, causando uma destruição de 20 mil casas e outros milhares de feridos. Numa visita feita pelo secretário geral da ONU, o coreano Ban Ki-moon, feito ao local na última terça-feira, sua declaração dizendo estar chocado com a tragédia sobre aquele lugar não deixava dúvida sobre a gravidade da situação.

O território, sofrido com guerras constantes desde a ocupação de Israel há mais de 40 anos, serviu de mote para várias tramas cinematográficas, e hoje o Cinema da Fundação oferece mais uma perspectiva lançando a produção palestina “Lemon Tree” (Etz Limon, 2008), de Eran Riklis. Ainda inédito nos EUA, o filme chega por aqui num momento interessante para ilustrar um pouco mais a animosidade entre as duas culturas.

Vencedor do Prêmio do Público no último Festival de Berlim, a enredo parte de uma história individual e daí abrir contornos sociais mais abrangentes e polêmicos entre o governo de Israel e o Palestino. A indivídua aqui é Salma (Hiam Abbass), uma viúva palestina, que é obrigada a assistir a plantação de limão no seu quintal (seu sustento de vida) ser ameaçada de extinção pelo Ministerio da Defesa de Israel. Isso porque o ministro (Doron Tavory), muda-se para a casa ao lado de Salma e a Força de Segurança Israelense entende que as árvores são um fácil esconderijo para terroristas palestinos.

Como outros filmes daquela região, “Lemon Tree” obedece uma simplicidade técnica, cenários modestos e atuações corretas. Mas esta relativa simplicidade esconde uma força inequívoca de boas expressões de ideias que vêm da (e inspiram reflexões sobre a) atual e delicada engenharia de violência que domina o local.

Um senão no filme de Riklis reside apenas num flerte entre Salma e o advogado que contrata para levar seu caso à Suprema Corte de Israel. Apesar da situação amorosa ser interessante por puxar o olhar do espectador para um aspécto da cultura masculina palestina, esta mesma situação “afrouxa” o cerne da trama, distraindo este mesmo espectador para o tema central.

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