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Críticas

Sobrenatural: A Origem

Criador da franquia, agora a frente da direção

Por Luiz Joaquim | 30.07.2015 (quinta-feira)

“Quando você chama por um morto, todos os outros escutam”. O aviso é dado pela personagem Elise (Lin Shaye), que o espectador já conhece dos filmes “Sobrenatural 1” (2010) e “Capítulo 2” (2013). Junto aos caça-fantasmas Tucker (Angus e Sampson) e Specs (Leigh Whanell), Elise está de volta nesta pre-sequência “Sobrenatural: A Origem” (Insidious Chapter 3, EUA, 2015), que estreia hoje.

Como já anuncia o título brasileiro, o enredo aqui nos leva a dez anos antes dos acontecimentos que incomodaram o casal Lambert nos filmes um e dois, vividos pelas estrelas Patrick Wilson e Rose Byrne, e que não aparecem neste filme três.

A ausência das estrelas aqui é um bom sinal para a franquia. Significa que ela já pode se sustentar sem o apelo de nomes fortes no elenco. O único ator mais reconhecido na nova produção é Dermot Mulroney (“O Casamento de Meu Melhor Amigo”).

Ele é o viúvo pai da adolescente Quinn (a boa Stefanie Scott) que logo na abertura aparece pedindo a ajuda da médium Elise para entrar em contato com sua mãe falecida. Mesmo tendo prometido a si mesmo nunca mais contactar os mortos, Elise resolve ajudar Quinn e logo percebe algo de muito perigoso ao redor da garota.

Mesmo seguindo o conselho da vidente, Quinn passa a ser vítimas de acontecimentos inexplicáveis. E, num crescente próprio dos filmes do gênero, a nefasta figura do além vai oferecendo aos poucos sua imagem para amedrontar o espectador.

Mas há algo de interessante e atraente neste novo roteiro de Leigh Whanell – que pela primeira vez também dirige o filme, e talvez esteja exatamente aí o ponto de equilíbrio em “A Origem”.

Primeiro há uma sem pressa e bem administrada apresentação dos personagens em seus universos de modo que, em 15 minutos, o espectador já está bastante próximo dos dilemas de Quinn e Elise.

Outra coisa. O primeiro grande susto que tomamos não vem de nenhum universo paralelo, mas sim do nosso concreto e impiedoso mundo real – o que reforça a consistência da vida como a conhecemos.

E, por fim, Whanell, como diretor, teve aqui a rara coragem de apresentar um fantasma sob a luz do dia. Num dos mais tensos momentos, é dia claro e Quinn está no chão de seu quarto enquanto o mal prepara muito lentamente o seu bote.

É uma boa aula de tensão esta que “A Origem” nos dá e, certamente, fará alguns espectadores se remexerem bem inquietos na poltrona do cinema. O conselho é: não vá a uma sessão do filme à noite se já sabe que irá dormir sozinho em casa.

AUTORIA – Leigh Whanell roteirizou os “Sobrenatural” 1 e 2, mas quem os dirigiu foi James Wan, que precisou se afastar para dirigir “Velozes & Furiosos 7”, muito embora ainda assine a produção do filme do novo terror.

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