X

0 Comentários

Festivais

20o. Cine-PE (2016) – noite 4 (curtas)

Temas adultos e polêmicos na quarta noite da mostra de curtas

Por Luiz Joaquim | 07.05.2016 (sábado)

JULIANA SOARES LIMA

O ritmo acelerado associado às micro histórias surreais e bizarras são marca registrada da série engolervilha, que já vai em seu quinto volume. Em O Último Engolervilha II, 14 animadores se juntam para produzir pequenas vinhetas de tema livre. É como se a série fosse um tipo de refúgio, onde cada um dos artistas pode finalmente exercer sua criatividade livremente, independente de qualquer convenção. O resultado arrancou gargalhadas da plateia do começo ao fim. Abusando de temas que vão do surreal ao grotesco e escatológico, o projeto do animador Marão cumpre incrivelmente bem o papel de representar uma categoria de humor escrachado bem pouco explorada no cinema nacional.

Se a noite começou com as gargalhadas da plateia do Cinema São Luiz, a continuação da programação de curtas não foi tão leve. Com um discurso pró-feminista que inflamou a plateia antes da sessão, Marcello Sampaio, diretor de O Coelho (RJ), prometeu um curta sobre empoderamento feminino que se mostrou na verdade um pouco problemático. Uma das grandes questões sobre a representação feminina no cinema vem do fato de que a mulher é quase sempre retratada pelos olhos do homem, que na maioria das vezes fetichiza o seu corpo sem se dar conta. O Coelho entra para a estatística dos filmes que objetificam o corpo feminino desde sua primeira sequência, em que uma das personagens se masturba completamente nua de frente para a câmera. Apesar das boas intenções no drama cujo desfecho se dá pela insurgência violenta da filha mais nova diante da opressão exercida pelo pai, que por sinal levantou aplausos calorosos da plateia no meio da sessão, pouco se diz realmente sobre mulheres assumindo posturas independentes diante da misoginia.

Mais Recentes

Publicidade