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O cinema independente brasileiro contemporâneo

Crítico, pesquisador e realizador Marcelo Ikeda lança livro que destaca a atual produção autoral nacional

Por Luiz Joaquim | 11.11.2020 (quarta-feira)

Este CinemaEscrito, por meio de seu endereço no Instagram (@cinemaescrito), terá a honra de oferecer, com mediação do editor Luiz Joaquim, um bate-papo online com o crítico, professor, pesquisador e realizador Marcelo Ikeda por ocasião do lançamento oficial de seu décimo livro: O cinema independente brasileiro contemporâneo em 50 filmes (Editora Sulina). O encontro está marcado para acontece nesta quinta-feira (amanhã, 12/11), iniciando às 19h. Para o interessado em acompanhar e interagir no encontro basta seguir a rede social do site.

O material de divulgação da nova publicação de Ikeda adianta que o livro O cinema independente brasileiro contemporâneo em 50 filmes se debruça sobre produções nacionais realizadas entre os anos 2000 e 2019. “No entanto, não se trata de uma lista de ‘melhores’ ou ‘mais representativos’ filmes do período. A proposta é oferecer uma oportunidade ao leitor para travar contato com filmes menos conhecidos do grande público, mas que expressam a inventividade do cinema brasileiro dos últimos anos”.

E segue: “o desejo deste livro é, portanto, não propriamente promover um olhar panorâmico sobre o que foi o cinema brasileiro dos últimos anos, mas oferecer um recorte específico – a partir de instrumentos analíticos que conjugam um olhar pessoal (inevitável) com uma análise crítica conjuntural – que jogue luz para um conjunto de filmes e realizadores notáveis que mereceriam ser mais discutidos ou conhecidos, para além de seu restrito circuito de legitimação”.

“Entre as obras selecionadas, estão filmes que foram exibidos apenas em festivais de cinema, permanecendo inéditos no circuito comercial, como Pulsações, de Manoela Ziggiatti, e Pinta, de Jorge Alencar”.

Com o intuito de mostra a diversão da seleção feita para o livro o trabalho “inclui dez curtas-metragens, além de várias obras realizadas na Região Nordeste – parte de um movimento de democratização da produção audiovisual brasileira”.

“Entre os diretores escolhidos, estão nomes como Adirley Queirós, Affonso Uchoa, André Novais Oliveira, Gabriel Mascaro, Marília Rocha, Juliana Rojas e Petrus Cariry, além de coletivos cinematográficos como Alumbramento (CE), Teia (MG) e CUAL (BA)”.

“O recorte estabelecido confere maior destaque a uma nova geração do cinema contemporâneo brasileiro – denominada de cinema pós-industrial (Cesar Migliorin), de novíssimo cinema brasileiro (Eduardo Valente e Lis Kogan), ou ainda, de cinema de garagem (Dellani Lima e Marcelo Ikeda)”.

“Entre as questões abordadas pelo livro, destacam-se: a relação orgânica entre documentário e ficção; a recusa à apresentação de grandes questões sociais e políticas por um viés estritamente sociológico, optando por um cinema social afirmativo em torno das micropolíticas; a ênfase nas ‘dramaturgias do comum’, a partir de pequenos momentos do cotidiano ou das relações familiares; a presença de filmes de coletivos cinematográficos, em torno dos temas da amizade e do afeto; um cinema de observação, que promove uma revalorização dos pequenos gestos, dos silêncios e dos tempos de espera; a presença de filmes-ensaio, filmes-de-arquivo ou de filmes em primeira pessoa; o ingresso de outros agentes na realização de filmes, como filmes universitários, filmes de realizadores das periferias e do interior do país; o diálogo ambíguo com o cinema de gênero, em especial utilizando elementos do terror ou do cinema fantástico”.

IKEDAO cinema independente brasileiro contemporâneo em 50 filmes, de Marcelo Ikeda, vem se juntar a volumes de igual importância na nossa literatura cinematográfica, também produzida por esse autor que está sempre com um (ou os dois) olho(s) voltado(s) para a nossa produção independente.

São também assinados por Ikeda, que é professor do curso de graduação em Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Ceará (UFC), os livros; Cinema de garagem (com Dellani Lima, em 2011), Cinecasulofilia (Editora Substânsia, 2014), Cinema brasileiro a partir da retomada: aspectos políticos e econômicos (Editora Summus, 2015), Fissuras e fronteiras: o Coletivo Alumbramento e o cinema contemporâneo brasileiro (Editora Sulina, 2019), entre outros.

Em sua trajetória profissional, o autor também registra passagem pela Agência Nacional do Cinema (Ancine) entre 2002 e 2010, tendo também sido Presidente da Câmara Setorial do Audiovisual Cearense (2005-2006). O escritor também atua como curador e mantém os sites Cinecasulofilia e marceloikeda.com, além de colaborar com este CinemaEscrito e integrar a Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine).

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