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Reportagens

Crítico exibe no Recife

Documentário de Kleber Mendonça passa no Recife

Por Luiz Joaquim | 15.12.2008 (segunda-feira)

Há 34 meses, o crítico de cinema e cineasta Kleber Mendonça Filho, fez no festival “É Tudo Verdade” a estréia pública no Brasil de seu primeiro longa-metragem “Crítico”. Um projeto pessoal que começou a trilhar ainda em 1997, entrevistando realizadores e jornalistas do mundo inteiro nos diversos festivais que o documentarista visitou nesse período. Hoje, às 20h, dentro da Mostra “Expectativa 2009 / Retrospectiva 2008” no Cinema da Fundação, o recifense terá a oportunidade de ver pela primeira vez no que resultou essa coletânea de idéias e conceitos ditos em cinco idiomas pela boca de gente como Eduardo Coutinho, Sérgio Bianche, Walter e João Moreira Salles, Bertrand Bonello, Elia Suleiman, Pedro Butcher, Luiz Zanin Orichio, Rodrigo Santoro, Fernando Meirelles e mais 63 profissionais da área.

“Crítico”, veio a público, na verdade em dezembro de 2005, em Portugal, quando Américo Santos, curador do Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Sta. Maria da Feira inseriu a primeira versão do filme na mostra daquele ano. Era uma versão não-definitiva sobre a qual Kleber e Emilie Lesclaux (pesquisadora, montadora e produtora) haviam trabalhado por três meses em cima de 50 horas de material bruto. Esta mesma versão esteve no “É Tudo Verdade” em 2006, mas a que exibe hoje no Recife (a definitiva, em 35mm) foi amadurecida e já ganhou o mundo a partir de janeiro último, na Mostra de Tiradentes (Minas Gerais), tendo passado também em Gramado, no Festival do Rio, além da Argentina, Canadá, e indo para o Irã em março de 2009.

Numa primeira instância, o que torna “Crítico” interessante é seu tema, mas também sua forma, ou seja, como Kleber e Emilie resolveram estrutural e visualmente a ebulição de idéias e pensamentos dita por dezenas de gabaritados profissionais de cinema em pouco mais de 70 minutos.

No primeiro quesito está em foco como a relação do crítico com o realizador pode influenciar o texto analítico; está a pressão midiática de avaliar seminalmente um filme em parcos minutos em festivais vitais como Cannes; está a formação do profissional que escreve sobre cinema e sua responsabilidade; e questões sobre como realizadores lidam com elogios e a comentários duros. No segundo quesito, é interessante observar as soluções visuais, com imagens de domínio público, com as quais Kleber e Emilie metaforizam os desafios da profissão de crítico de cinema.

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