É comum escutar no Recife a seguinte assertiva: “Não acontece nada nessa cidade, mas quando acontece é tudo ao mesmo tempo”. E não é de toda errada. Se olharmos para a oferta de mostras de filmes em exibição a partir de hoje, vamos concordar que seu público alvo não vai conseguir usufruir do todo que elas oferecem.

São três eventos estão em cartaz. Um envolve o Centro Cultural Brasil Alemanha e o Cineteatro Apolo – desde de sábado com a mostra ‘planet.move’ (veja programação no roteiro da página 3); e outros dois iniciam hoje no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (o 1ª Festival do Filme Etnográfico do Recife, veja matéria abaixo); e na Universidade Católica de Pernambuco (a 1ª Mostra Internacional de Cinema Documentário – MiradasDoc).

Com entrada franca, e sessões no auditório Pe. Antônio Vieira (1° andar do bloco G da Unicap), o MiradasDoc surge de uma parceria entre a universidade pernambucana e o MiradasDoc de Isora, Tenerife, Espanha. Nasceu de um encontro na Jornada Internacional de Cinema da Bahia entre o padre boliviano Hugo Ara e Alejandro Kawrietz, diretor do festival na Espanha. Dali, Ara desenvolveu o projeto de trazer o MiradasDoc não só para o Recife como também para sua terra natal, Santa Cruz da Serra, na Bolívia.

A programação, que segue ate sexta-feira, é intensa com a exibição de curtas e longas-metragens, quatro oficinas e um concurso de roteiro, com inscrições até 30 de junho. Podem concorrer roteiros criados com o foco em questões de âmbito social, racial, econômico e cultural a partir de uma frase de Guimarães Rosa em “Grande Sertão Veradas”. Mais detalhes em (www.unicap.br/eventos/mostra/index.html).

Acontecem também duas palestras às 14h de amanhã e quarta-feira, respectivamente, sobre “O Documentário como Ferramenta de Diagnóstico Social”, com o professor Ricardo Melo, o produtor Hamilton Costa e o cineasta Gabriel Mascaro; e sobre “O Panorama do Documentário Brasileiro”, com o professor Cláudio Bezerra. As palestram acontecem no 3° andar do bloco G4.

FILMES
A abertura do MiradasDoc é às 19h de hoje com a apresentação do reitor da Unicap, Pe. Pedro Ruben Ferreira Oliveira, e dos curadores Pe. Hugo Ara e Alejandro Kawrietz, para depois dar espaço a projeção do pernambucano “Geração 65: Aquela Coisa Toda”, de Luci Alcântara. A produção resgata o surgimento nos anos 1960 dos poetas já chamados de “Grupo de Jaboatão”. Entre eles Alberto Cunha Melo, Jaci Bezerra e outros.

No restante da programação, com sessões às 18h e 20h no 1° andar do bloco G, estão 19 filmes, a maioria desconhecidos por aqui e inéditos no Recife, oriundos de países como Espanha, EUA, África do Sul, Argentina, China e Reino Unido, Canadá, Irã e Holanda.

Serviço
1ª Mostra Internacional de Cinema Documentário
1° andar do bloco G da Universidade Católica de Pernambuco
Entrada franca
Abertura às 19h com exibição de “Geração 65”, de Luci Alcântara