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Reportagens

Dois deuses em cartaz

Marylin e Pelé no Cinema São Luiz (Recife)

Por Luiz Joaquim | 04.06.2010 (sexta-feira)

É provável que a geração que goste de ver filmes no micro monitor de seu relógio de pulso não tenha a noção do que significa ter a disposição uma projeção de “Quanto Mais Quente Melhor” (Some Like It Hot, EUA, 1959), de Billie Wilder, em 35mm. Como se não bastasse, é uma projeção num palácio chamado São Luiz, aquele na rua da Aurora. O clássico com o impagável trio formado por Marylin Monroe, Tony Curtis e Jack Lemmon exibe hoje às 20h e amanhã às 10h em sua Sessão de Arte. É uma sessão quase obrigatória de comparecer para quem se diz apreciador de cinema, seja velho ou jovem. A sessão é acompanhada pelo curta-metragem “Schemberguianas” de Sérgio Oliveira.

Na verdade, o curador Lula Cardoso Ayres Filho caprichou na programação resgatando também a excelente animação “As Bicicletas de Bellevielle” (Les Triplettes de Belleville), de Sylvain Chomet, indicado ao Oscar 2004, que exibe na Sessão Infantil, domingo, às 10h e às 14h. Antes de “Belleville”, os pequenos na platéia verão o curta “Clandestina Felicidade”, de Marcelo Gomes.

Na programação normal, o São Luiz começa a entrar no clima do Mundial da África do Sul com “Pelé Eterno”, interessante documentário feito por Anibal Massaíne Neto em 2004 sobre a trajetória do Rei do Futebol. Junto a “Pelé Eterno”, passa o ótimo curta gaúcho “Barbosa” (1998), de Jorge Furtado e Anna Luisa Azevedo. Com Antônio Fagundes no elenco, mostra um cientista que volta no tempo, mais precisamente, na final do campeonato de futebol de 1950, em pleno Maracanã, quando Barbosa, goleiro da Canarinha deixou passar a bola que daria o título para o Uruguai.

CLÁSSICO
Para quem não lembra (será possível?) ou não viu “Quanto Mais Quente Melhor”, lembramos que o ambiente ali é o da Chicago de 1929, quando Joe (Tony Curtis) e Jerry (Jack Lemmon) são músicos desesperados por trabalho. Por acidente, eles testemunham um crime e, em desespero, topam tocar numa banda só de mulheres. Para isso, claro, se disfarçam como mulheres e junta-se a banda que viaja de trem para Miami. Nesse meio está a deslumbrante vocalista Sugar Kane (Marylin Monroe) por quem o personagem de Curtis se apaixona imediatamente. Já Lemmon precisa correr o tempo todo de um milionário encantado pelos seus dotes femininos, proporcionando os melhores momentos (dos diversos) no filme. “Quanto Mais Quente Melhor” é um obra eterna, assim como a majestade de Pelé, que só a boa mão do mestre Wilder poderia construir. A cinefilia recifense agradece a Lula Cardoso Ayres Filho pela oportunidade.

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