
O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos
Regressando ao início
Por Luiz Joaquim | 11.12.2014 (quinta-feira)

Para toda uma geração de fãs das aventuras na Terra-Média – nascidas da obra de J. R. R. Tolkien (1892-1973), e levadas ao cinema pelas mãos de Peter Jackson – hoje é o dia de ver-se encerrar a trilogia que o cineasta neozelandês iniciou em 2012 com seu filme 1, “O Hobbit: Uma Jornada Inesperada”. Tendo dividido, logicamente, em três filmes um único livro – “O Hobbit” -, hoje estreia o terceiro “A Batalha dos Cinco Exércitos” (“The Hobbit: The Battle of the Five Armies”, EUA/NZel., 2014) entregando ao espectador tudo o que o filme 1 e o filme 2 (“A Desolação de Smaug”, 2013) nunca entregaram: muita ação.
Publicado originalmente em 1937, com cerca de 300 páginas, o livro “O Hobbit” conta basicamente aquilo que precedeu a história de “O Senhor de Anéis”, uma outra obra de Tolkien – esta, um senhor trabalho dividido em três volumes que juntos somam cerca de 1.000 páginas. Já “O Hobbit”, os fãs bem sabem, que não possuía fôlego para tornar-se uma trilogia cinematográfica igualitariamente forte com a qual, pelos três filmes juntos, temos 5 horas e 54 minutos de duração.
Assim sendo, ao contrário da constante preparação que vemos no filme e 1 e 2, com infinitas discussões entre os personagens sobre o que fazer sem nunca chegar propriamente a realiza-las, temos no filme 3 um volume de tensão ininterrupto que se interligam muito bem sem nunca deixar seus 144 minutos de duração tornarem-se cansativos.
No capítulo lançado dia 13 de dezembro do ano passado, a deixa para o desfecho que a estreia de hoje apresenta mostrava o dragão Smaug sendo liberto e seguindo para a Cidade dos Lagos. “A Batalha dos Cinco Exércitos” já abre com um nível de tensão e sequências visualmente impactantes como não se viu em nenhuma das partes anteriores. Smaug surge cuspindo fogo em tudo enquanto o arqueiro Bard (Luke Evans) foge da prisão para tentar detê-lo.
Na sequência, os humanos do Lago que sobreviveram a fúria do dragão seguem em busca de abrigo na Montanha Solitária, que foi retomada pelos hobbits no filme 2. Lá eles encontram os anões aquartelados sob as ordens de Thorin (Richard Armitage), que vive uma espécie de delírio de poder pela influência de todo o ouro que era guardado por Smaug no castelo de Erebor.
Juntam-se aos humanos, para conseguir o que lhes é de direito, os elfos da floresta liderados por Thranduil (Lee Pace) com Tauriel (Evangeline Lilly) e Legolas (Orlando Bloom). Com a ajuda de Bilbo (Martin Freeman, o único que parece à vontade no papel), eles irão negociar a paz com Thorin mas, graças ao aviso de Gandalf (Ian McKellen), eles se dão contam que terão de juntar forças para enfrentar o exercito de Orcs e Wargs, estes últimos sempre babando de raiva e constantemente urrando URRGRHUAR!!
Se você leitor, que não tem a mínima intimidade com a saga e não entendeu nenhum das razões pela quais hobbits, elfos e orcs se atracam aqui, isto não será necessariamente um problema para usufruir do trabalho que Jackson aprontou para seus fãs.
Ao contrário do enfadonho blá-blá-blá dos filmes anteriores, “A Batalha dos Cinco Exércitos” faz o espectador se interessar pelo destino dos personagens, mesmo não entendendo muito bem o que lhes move. E isto abrevia o interesse do espectador leigo à obra de Talkien.
Parte do efeito desta atração se dá em função da boa orquestração que Jackson dá a este desfecho, como não se via desde o capítulo 1 de “O Senhor dos Anéis”. De quebra, reencontramos aqui Hugo Weaven (como Elrond), Cate Blanchett (Galadiel) e, o melhor de todos, o nonagenário Chsritopher Lee (como Saruman) que só com uma expressão facial é capaz de meter medo no mais feioso e briguento dos Orcs que os efeitos especiais da equipe de Jackson podem criar.
Ao final, revemos Bilbo com mais de 100 anos, já na pele do ator Ian Holm, aquele mesmo que viveu o personagem em “O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel” (2001) e deu a cobiçada joia mágica a Frodo (Elijah Woods), dando iniciou a uma febre que dura até hoje entre os discípulos de Talkien no cinema.
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