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100 anos de cinema a 24 quadros

Os 100 anos do cinema, em 1995, celebrado no Cineteatro do Parque (Recife). Veja o vídeo.

Por Luiz Joaquim | 21.07.2017 (sexta-feira)

No segundo semestre de 1995, havia uma expectativa mundial em função da efeméride que marcaria os 100 anos do cinema, no 28 de dezembro.

Nos dez anos anteriores, Recife vinha, até 1995, voltando a respirar lenta, mas seguramente, o oxigênio cinematográfico por meio da produção, circulação e reconhecimento nacional de alguns bons curtas-metragens locais.

O mais impressionante dessa história, na verdade, era que Pernambuco chegava em junho de 1995 com um grupo de loucos filmando um longa-metragem! Era um tal de Baile perfumado.

Havia, portanto, um burburinho em todo o mundo sobre o aniversário do cinema, e o Recife andava excitado pelas recentes produções, sempre ao som do já respeitado Manguebeat.

Neste ambiente, a artista plástica Gleiby Vidal sugeriu ao então estudante de Engenharia, Luiz Joaquim, a montar uma exposição na qual a dupla convidaria mais sete outros artistas plásticos (quase todos diletantes ou em início de carreira) para compor uma equipe que iria elaborar, cada um, três quadros inspirados em filmes consagrados pelo cinema.

Junto a Gleiby Vidal uniu-se Adilson Costa, Augusto Japiá, Cézar Maia, Eugênio Paxelly, Jeims Duarte, Luciano Brayner e Zel. Além de escrever os textos que apresentariam a exposição, o produtor Luiz Joaquim encarregou-se de elaborar um ponto de partida para a definição dos filmes a serem relidos pelos artistas.

Folder da exposição, parte interna

A partir de uma dezena de revistas brasileiras e estrangeiras que em 1995 ouriçavam-se em publicar os 100 melhores filmes do primeiro século daquela arte, o produtor fez uma interseção entre todos os títulos registrados em todas as listas para dali retirar 100 nomes comuns a todos.

Cada um dos oito artistas da exposição tinha total liberdade para escolher que filme trabalhar. Algumas das obras definidas por eles foram O sacrifício, Casablanca, Tempos Modernos, A liberdade é azul, Tão longe tão perto, Imensidão azul, O pequeno príncipe, Laranja mecânica, Depois de horas, O piano, Ben-hur, Coração satânico, O selvagem da motocicleta, entre outras.

A soma dos três trabalhos feitos por cada um dos oito artistas resultava em 24 quadros. O total era uma brincadeira com o número de fotogramas que corriam em um minuto na frente do facho de luz na projeção analógica. A brincadeira deu o nome à exposição: 100 anos de cinema a 24 quadros.

Folder da exposição, parte externa

A expo aconteceu no hall de entrada do Cineteatro do Parque (Recife) – sob a gentileza e autorização de seu então coordenador/programador, Geraldo Pinho – e abriu em 18 de dezembro de 1995 e lá ficou até o aniversário do cinema. Em 13 de maio do ano seguinte, voltou ao cartaz, desta vez na Universidade Católica de Pernambuco.

Pôster da exposição

No Cineteatro do Parque, na mesma data, também acontecia o evento Recife na era do cinema pernambucano, com a mostra Retrospectiva do cinema pernambucano: do Ciclo do Recife até hoje (dias 18 e 19.12.1995) exibindo basicamente filmes do Ciclo do Recife e obras do Movimento Super-8 (anos 1970).

Toda a exposição 100 anos de cinema a 24 quadros foi realizada com recursos próprios do grupo que a compôs. As imagens que você verá no vídeo abaixo foram feitas por Luiz Joaquim. Aqui aparecem brutas, sem edição, tendo sido captadas com uma câmera VHS-C – a Panasonic (NV-A1).

Clique abaixo e divirta-se.

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