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Festivais

23. Cine-PE (2019) – Drica Moraes + noite 6

“Tô facinha, facinha”, brinca Drica Moraes se disponibilizando para trabalhar com cineastas pernambucanos

Por Luiz Joaquim | 04.08.2019 (domingo)

– com informações da assessoria do festival. Na foto de Felipe Souto Maior, a homenageada Drica Moraes em entrevista coletiva

A atriz Drica Moraes, homenageada na 23ª edição do Cine-PE: Festival do Audiovisual, participou de coletiva de imprensa na manhã de ontem (3) no Hotel Nobile Suítes Executive, em Boa Viagem. Mais tarde, na noite de ontem, Drica recebeu trófeu Calunga de Ouro pelo conjunto de sua obra. Em bate-papo com a imprensa, Drica confessou que venera o cinema pernambucano e que gostaria de trabalhar em algum filme daqui. “Eu tenho fetiche por tudo que é feito aqui. Para os cineastas pernambucanos, eu tô facinha, facinha”, contou, brincalhona, a carioca.

Ao lado do filho Mateus – que fez questão de participar do debate ao lado da mãe – Drica, em diversos momentos da conversa, deu ênfase à importância da maternidade em sua vida. “Antes de ser mãe, eu cheguei a pegar sete trabalhos ao mesmo tempo, isso no início da minha carreira. Agora, com a chegada do Mateus, ele passou a ser minha prioridade. Hoje, quando me convidam para algum trabalho, eu só tenho 40 horas semanais disponíveis para me dedicar”, explicou a atriz.

De acordo com Sandra Bertini, diretora do Cine-PE, Drica foi escolhida como homenageada por sua importante história dentro do audiovisual. “Drica é uma atriz visceral. Ela vai da comédia ao suspense com maestria, e o festival entende que essa força criativa, que ela carrega ao longo de 36 anos de carreira, deve ser exaltada”, comentou Sandra.

HOMENAGEM – Com os recentes ataques à Agência Nacional do Cinema (Ancine), o palco do Cine-PE virou um ponto de várias mensagens de resiliência e protesto. Não houve, na noite de ontem (3), um representante de um filme que não tenha criticado o desejo do chefe do Executivo de extinguir a Ancine. A homenageada Drica Moraes encerrou seu discurso de agradecimento falando sobre o atual cenário político do país.

“Pra finalizar, não dá pra gente não falar do Brasil, porque a gente sabe que vivemos tempos horrorosos. O governo trabalha incessantemente no incentivo de ‘descredibilizar’ (sic) e demonizar qualquer atividade ligada à cultura e arte, de modo geral, mas nós também podemos dizer que iremos continuar a fazer os nossos filmes”, disparou a carioca, que foi largamente aplaudida pelo público.

Renato Góes, presente no evento para o lançamento de seu novo filme “O Corpo é Nosso!”, de Theresa Jessouroun, também fez uma crítica ferrenha à política atual. “Eu quero agradecer ao festival, porque qualquer iniciativa de cultura, hoje, é resistência! Eu espero que a gente não desista, que a gente não perca a força e a vontade. Não vamos confundir educação, religião e cultura com política”. Góes, que é pernambucano e recebeu o Calunga de Melhor Ator Coadjuvante em 2016 pelo seu papel em “Por Trás do Céu”, de Caio Sóh, foi igualmente bem recebido pela plateia, que por mais uma noite lotou o Cinema São Luiz.

Jessouroun, diretora do longa, também expressou sua opinião sobre o assunto e deu uma breve aula sobre o fundo setorial. “Fazer arte é um ato político”, protestou a cineasta.  Guilherme Folly, diretor do documentário em curta-metragem “Pogrom” também arrancou aplausos do público. “Meu filme tenta analisar os últimos acontecimentos do país, principalmente os de 2018, as eleições presidenciais, para tentar entender o que faz a sociedade civil brasileira e seus políticos reverberarem discursos autoritários, fascistas e tão desumanos”, explicou o cineasta.

“Pogrom” foi o último curta exibido durante a 23ª edição do Cine-PE, que anuncia na noite de hoje (4) os vencedores em todas as categorias concorrentes das mostras competitivas de curtas-metragens pernambucanos e nacionais, além de longas-metragens. A cerimônia de premiação começa às 19h30, no Cinema São Luiz. As entradas são gratuitas.

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