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Críticas

Terra

A beleza da Terra no cinema

Por Luiz Joaquim | 22.04.2009 (quarta-feira)

Hoje é o dia da Terra. Nossa casa, e grande objeto dos ambientalistas na luta pela sua saúde ecológica. E a Walt Disney aproveita para lançar nos cinemas brasileiros o documentário “Terra” (Earth, Ing., Ale., EUA, 2007), criado numa parceria com a BBC londrina, dando partida a um novo selo, o DisneyNature, que pretende contemplar o circuito com outros trabalho focando o meio-ambiente.

Dirigido por Alastair Fothergill e Mark Linfield, “Terra” é uma colagem de 11 reportagens de 60 minutos da BBC (já exibido no Brasil em episódios pelo programa “Fantástico”) observando o mundo animal e seu comportamento em seu habitat, num período entre janeiro a dezembro, seguindo um percurso do Ártico a Antártida.

Como símbolo condutor do filme, em todo esse período, temos um urso polar tentando encontrar alimento para seus filhotes, como informa a narração, na versão original, de James Earl Jones (a voz de Darth Vader) e Patrick Stewart (Professor Xavier, dos “X-Men”). A dificuldade cada vez maior do urso branco em encontrar uma plataforma de gelo segura, em função do superaquecimento global, dão o tom ‘puxão de orelha’ que o filme direciona ao mundo.

Não há nada de tão diferente do que pode ser visto em programas de canais de TV especializados no assunto como ‘Animal Planet’ ou ‘Discovery’, mas, pela adequação (e qualidade) das reportagens ao formato cinematográfico – e contando com os recursos únicos de uma sala de cinema (ambiente adequado sonoramente, escuro com uma tela gigante) -, “Terra” soa e surge especial em seu visual e sons.

Com imagens estonteantes, que só ressaltam a tradicional competência da equipe da BBC, vemos momentos, digamos cruciais e até, digamos, íntimos, da vida e da sobrevivência de alces e lobos na América do Norte; de aves nas florestas tropicais; de leões, elefantes, zebras, girafas e macacos na África; de pinguins e leões marinhos no Antártida; e em mar, de baleias e do tubarão branco com as suas presas, as focas.

Visando todos os públicos, “Terra” não esconde a violência de um predador atacando sua presa, seja nas pradarias da África ou no mar da África do Sul, e as mostra em imagens absolutamente hipnóticas e com preciso senso de oportunidade. Mas, ao mesmo tempo, o filme toma cuidado o suficiente para não deixar aparecer nenhum sangue, e busca o humor a partir de alguns animais desengonçados, em particular nos filhotes dos ursos e elefantes.

Num dos momentos memoráveis deste humor, está o Grande Pássaro do Paraíso, que de grande só tem o nome e a pretensão de galanteador. Por um algum tipo de instinto, o tal pássaro, natural da selva do Guiné Bissal. prepara todo o terreno onde pretender acasalar, literalmente limpando e decorando o ambiente. Ao final do serviço, canta chamando a pretendente que, ao chegar, é obrigada a ver o bicho desengonçado dançando e fazendo ômungangaö com sua plumagem ouriçada, enquanto a plateia chora de rir. É esquisito e divertido.

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