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Reportagens

I Encontro de Programadores (resultados)

Salas alternativas criam Fórum

Por Luiz Joaquim | 27.07.2009 (segunda-feira)

Quem acompanhou o 1º Encontro Nacional de Programadores de Salas Alternativas de Cinema, quinta e sexta-feira passada na Fundação Joaquim Nabuco (Derby), percebeu, mesmo os leigos, que havia de fato uma demanda represada de questões polêmicas. E foram elas que nortearam as discussões. Questão que não dizem respeito apenas só às salas alternativas, mas, de certa forma a todo o tripé sob o qual está montado o mercado cinematográfico, ou seja: a produção e distribuição além da exibição.

Após quatro mesas de debates que procuraram concentrar-se nas especificidades de programação de salas públicas, privadas e nos novos processos de distribuição (digital em destaque) e distribuição, chegou-se a redação de uma carta, divulgada ontem à noite, com 11 itens representativos das definições do grupo, com objetivo de encaminhamento para o Ministério da Cultura, Agência Nacional de Cinema (Ancine), a fim de dar início a uma regulamentação da categoria.

A primeira providência foi criar o Fórum Nacional de Programadores do Circuito Alternativo, que colocará o grupo em comunicação mais constante e permanente. Deste Fórum, sairá um grupo de trabalho que irá cadastrar todas as salas do país com o perfil alternativo, algumas ainda sem registro na Ancine. Uma vez cadastradas, a idéia é manter um banco de dados atualizado.

Outro ponto da carta refere-se à necessidade de as distribuidoras manterem a confecção de cópias em 35mm, pois boa fatia do circuito alternativo ainda não está equipada para projeção digital. Ainda nesse campo, a categoria cogita um auxílio governamental na adequação tecnológica para estas salas alternativas.

Junto às distribuidoras, a reivindicação concentra-se numa informação precisa, por parte delas, sobre a situação técnica de algumas cópias (muitas chegam ao cinema em estado impraticável de exibição); assim como a definição de uma tabela de locação para as cópias, “a fim de evitar distorções (que terminam) inviabilizando a realização de mostras…”.

Outra preocupação é com a produção de filmes brasileiros, financiado com dinheiro público, com renúncia fiscal, para que tais produções não sejam taxadas pelas distribuidoras majors com valor de locação fora da realidade do circuito alternativo. Com as majors, o Fórum também gostaria de dialogar sobre seu atual procedimento habitual de queimar todas as cópias em 35mm após um curto período de tempo após o encerramento de sua carreira no circuito cinematográfico.

No último momento do Encontro, na noite de sexta-feira, foram ensaiadas as pautas para um segundo encontro, desta vez em São Paulo, onde seria incluída a presença de alguns distribuidores nacionais. O novo encontro terá sua data definida a partir de futuras discussões que o Fórum terá de agora em diante após uma mais refinada definição dos integrantes dessa categoria.

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