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Críticas

Sempre ao seu Lado

Lição de lealdade

Por Luiz Joaquim | 29.12.2009 (terça-feira)

Há mais de um ano a Folha de Pernambuco esperava a estreia de “Sempre ao Seu Lado” (Hachiko: A Dogs’s Story, EUA, 2009), de Lasse Hallström, com Richard Gere no elenco. Era uma expectativa em particular de Cláudio Nunes, o nosso “Cebolinha”, do departamento de tratamento de imagem aqui na redação do jornal. Ele é um conhecedor das características da estrela desse filme. Não estamos falando de Gere, mas do cachorro Hachiko, da raça japonesa Akita, com quem o ator contracena.

Cebolinha possui um Akita (o seu chama Yachi) e ainda em 2008 já nos perguntava sobre a estréia de “Sempre ao Seu Lado”. Foi ele também quem nos contou a história real de Hachito, um cão herói que viveu no Japão dos 1920 e virou referência de lealdade naquele país, com direito até a um monumento. À época, Hachito sempre ia, na mesma hora todos os dias, por dois anos, à estação do trem esperar seu dono voltar do trabalho. Certa vez, o homem teve um ataque cardíaco e não retornou. Sem entender, Hachiko continou fazendo o ritual de esperar seu dono na estação pelos nove anos seguintes, até ele próprio morrer.

A história, muito popular no Japão, rendeu um filme de sucesso por lá, “Hachiko monogatari” (1987), de Seijirô Kôyama, a partir do qual Richard Gere foi o principal responsável pela adaptação gringa. Não é segredo que Gere tem extremo interesse na cultura oriental (foi até dirigido pelo mestre Akira Kurosawa em “Rapsódia em Agosto”, 1991) e não mediu esforços para traduzir essa tocante fábula do Japão para a cultura norte-americana que, diga-se de passagem, é alucinada por cachorros, tendo o mais número desses bichos como de estimação. Vide o filme “Marley & Eu”, sucesso de público em 2009 por lá e também no Brasil.

Gere cercou-se de gente muito competente para tocar seu projeto e o diretor sueco Hallström é o maior exemplo disso. Curisamente, Hallström ganhou destaque mundial com seu “Minha Vida de Cachorro” (1985), que lhe deu o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro.

Nota-se aqui a sobriedade de Hallström em várias sequências no novo filme, que tem de contar uma história florida e triste, mas ao mesmo tempo revigorante sobre a persistência irracional do cachorro para com um outro ser, com que viveu apenas dois anos, mas lhe foi fiel por nove. É certo que há um pout-pourri de cenas douradas entre Gere e Hachiko, além de uma dose açucarada na trilha sonora que instiga as lágrimas do espectador, especialmente aqueles donos de cachorros. Nosso “Cebolinha”, que ainda não viu o filme, certamente será um desses.

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