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Festivais

48º Brasília (2015) – noite 4

Cláudio Assis é vaiado, mas Big Jato é louvado

Por Luiz Joaquim | 20.09.2015 (domingo)

BRASÍLIA (DF) – A noite de ontem (sábado, 19), em que o 48º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro reuniu sua maior platéia no Cine Brasília, tinha na pauta a exibição do novo filme de Cláudio Assis, “Big Jato”. Sob forte e constante vaia, e gritos de “machista”, o cineasta pernambucano subiu ao palco com sua equipe mas foi impedido de se expressar pelo público.

“Vocês podem vaiar que depois eu falo”, gritou Assis ao microfone. Mas ele não conseguiu. Enquanto isso, o escritor Xico Sá, autor do livro que originou o filme, dava gritos de ordem: “Viva a vaia!”. Coube, entretanto, ao ator Matheus Nachtergaele fazer a apresentação da equipe.

“Assim como na história do filme, que tem um menino poeta em formação e vê as maravilhas e os horrores das pessoas, então acho que a gente pode vaiar nossos horrores e a gente pode aplaudir nossas maravilhas”, disse Matheus que logo depois convocou as crianças do elenco para serem saudadas pela plateia.

“Eles estão dando seu primeiro voo no cinema. Isso faz toda a diferença para a equipe. Vamos abrir as asas para nosso primeiro voo”. A performance agradou a plateia que finalmente aplaudiu.

Ao final, Assis – que vestia uma camisa amarela com as palavras “Lésbicas, Gays Bissexuais,Travestis, Transexuais e Transgêneros” – voltou a pegar o microfone mas, novamente sob forte vaia, quase não foi ouvido ao dedicar a sessão ao cineasta Vladimir Carvalho, presente no auditório, e para sua própria mãe: “Uma mulher nordestina, trabalhadora e guerreira”, disse.

Ao final da sessão, depois de acompanhar a história dos gêmeos vividos por Nachtergaele – sendo um o Chico, que trabalha com seu caminhão Big Jato limpando fossas na pequena cidade de Peixe de Pedra; e o outro sendo Nelson, um radialista local que afirma saber a história por trás do sucesso dos Beatles – a platéia aplaudiu efusivamente “Big Jato”.

Um dos destaques, de forma unânime, ficou com a atuação do jovem Rafael Nicácio, como o filho que ajuda Chico limpando fossa, mas só pensa em fazer poesia, entrando em conflito com o pai rude.

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