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Festivais

23. Cine-PE (2019) – noite 3 (curtas)

Curtas-metragens agradam na terceira noite do festival, com foco no universo infantil

Por Delles Sassi | 01.08.2019 (quinta-feira)

– com informações da assessoria do festival. Acima, still do curta A Pedra.

Logo mais, às 19h30, o Cine PE 2019 inicia sua 4° noite de programação na sala do cinema São Luiz (Recife), com exibições dos curtas Coleção, Guará, Casa Cheia, Vinnilis Frutiferis, Só sei que foi Assim e o longa-metragem Um e Oitenta e Seis Avos.

Na noite de ontem (31), a 23° edição do festival trouxe na curadoria das sessões produções ligadas a temas diversos, mas todos apresentando um argumento delicado sobre seus eixos narrativos.
Da seca no Nordeste de 1979 com a animação em stop motion Quando a Chuva Vem? de Jefferson Batista, à relatos de uma entrevistada anônima sobre prostituição no documentário de direção coletiva Sobre Viver, ambos competindo na categoria Curtas-metragens Pernambucanos.

Em seguida, na competição dos títulos nacionais, tratou-se desde obesidade e padrões estéticos com a ficção amazonense Obeso Mórbido, à assuntos sensíveis como maternidade e abuso sexual com a animação Apneia.

A sessão da Mostra Competitiva de Curtas-metragens Nacionais foi formada, respectivamente, por: Obeso Mórbido, de Diego Bauer e Ricardo Manjaro, Cor de Pele, de Livia Perini, É Difícil te Encontrar, de Sabrina Menedotti, A Pedra, de Iuli Gerbase e Apneia, de Carol Sakura e Walkir Fernandes.

Dentre as produções um personagem destacou-se ganhando o público que lotava a sala do cinema, uma crianças que trouxe a tela seus pensamentos sobre diferenças, preconceito e infância. O pequeno garoto albino Kauan, personagem do documentário Cor de Pele.

(Kauan em Cor de Pele, de Livia Perini)

Em Cor de Pele, Livia Perini apresenta com mais profundidade o menino conhecido por participar em 2009 de uma série fotojornalística feita pelo fotógrafo Alexandre Severo – falecido em 2014, cujo é também homenageado por Perini, que dedica o documentário em sua memória.

Aqui num colorido bem captado pela direção de fotografia da cidade de Olinda, o filme dá espaço para que Kauan, na época com 11 anos, fale sobre como se sente no mundo. Sua família participa da produção complementando os relatos do menino. Com seis irmãos, sendo duas irmãs mais velhas também albinas, em alguns momentos a fala destas mostra-nos um outro lado das histórias que Kauan conta, o que revela ainda mais os traços infantis próprios de um menino brincalhão.

Ainda, entre as brincadeiras, entendemos que certas atitudes são para Kauan como medidas de autoproteção e meios para se impor capaz como qualquer criança.

É interessante ver a reflexão que Kauan faz a respeito da infância como um todo, lamentando que as crianças contemporâneas não usufruem mais do que antes era algo natural da fase, como inventar seus próprios brinquedos e correr na rua. Kauan, conscientemente, percebe como a tecnologia alcança cedo demais as crianças e se vê também vítima disto.

Em Cor de Pele, Livia dá voz a criança eternizada na fotografia de Severo, busca mostrar as adversidades de sua pele, bem como o deixa nos mostrar a sua visão do mundo.

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