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Críticas

Dois é Bom, Três É Demais

Eles não querem crescer

Por Felipe Berardo | 11.10.2019 (sexta-feira)

– publicado em 15 de setembro de 2006 no jornal Folha de Pernambuco

É difícil encontrar algo de interessante a dizer sobre esse Dois é bom, três é demais” (You, Me and Dupree, EUA, 2006), da dupla Anthony e Joe Russo. Conta a história dos recém-casados Carl e Molly (Matt Dillon e Kate Hudson) que, ajudando Dupree (Owen Wilson), o melhor amigo do noivo, ganham um imaturo e indesejado inquilino.

Dupree gosta de andar de bicicleta, de skate e de ver o desenho O pica-pau, além de, claro, ter uma vida saudável e não conseguir parar em um único emprego. Seu melhor amigo, Carl, casa-se com a filha do dono da construtora onde trabalha. A postura predileta deste seu sogro (Michael Douglas) é a de boicotar o casamento da filha Molly, uma professorinha de escola da periferia. “Já pensou em vasectomia”, insinua Douglas ao genro.

Dois é bom… é mais um pobre filme sobre a “superação do amor” onde o príncipe encantado (Dillon) precisa optar entre o dinheiro sem dignidade, ou a dignidade sem dinheiro, e daí resgatar a auto-estima junto com o coração da amada. Quantas dezenas de produtos assim nos chegam por ano exportados de Hollywood?

A diferença proposta aqui estaria na presença ameninada do Dupree. O ator Wilson tenta encarnar o espírito da liberdade, da figura inocente que adora Audrey Hepburn em A princesa e o plebeu, mas que, na realidade, acaba representando a irresponsabilidade em pessoa. É o homem que não cresceu, e nunca vai crescer. Aquele cara engraçadinho, mas que enche a paciência em 15 minutos, e nem se dá conta disso.

Tudo é banal no filme, assim como o próprio Dupree. O que haveria de marcante aqui? Apenas, talvez, o rosto engraçado das crianças bem escolhidas para compor os alunos que escutam Dupree na escola, quando vai lhes falar sobre a filosofia de sua vida infantilizada.

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