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Críticas

Amigo É pra Essas Coisas

Nova roupagem para o ímpeto da juventude contra o sistema

Por Luiz Joaquim | 06.07.2007 (sexta-feira)

Além dos multiplex, com o ratinho cozinheiro da Pixar, o Cine Rosa (no Recife) é a única sala que estréia um novo filme no circuito. Ao contrário da animação americana, o francês “Amigo É pra Essas Coisas” (Zim & Co., Fra, 2005) não quer as crianças, mas os jovens e adultos que estejam interessados numa crônica sobre a atual juventude francesa.

A principal competência deste filme de Pierre Jovilet talvez esteja na organicidade do roteiro e no conforto com o qual os atores transitam diante da câmera de Jérôme Alméras, além das alfinetadas na atual política francesa a respeito dos imigrantes.

A principal figura a quem a lente de Almerás acompanha nervosamente (na mesma intensidade de energia do personagem) é Victor Zimbietrovski (Adrien Jolivet), o Zim do título original. Com 20 anos e pela cor branca da pele Zim – o guitarrista de uma banda que toca pra surdos-mudos e idosos – é o único amigo do trio formado por Arthur (Yannick Nasso, descendente de africanos), e Cheb (Mhamed Arezki, descendente de árabe), que não sofre o preconceito do polícia francesa.

Mas Zim também não é um francês de sangue puro. Com explica uma dezena de vezes no filme, seu nome vem de seu pai, um polonês que abandonou sua mãe. Amigos desde a infância, o trio de jovens vão, juntos, e com a presença de Safia (Naidra Ayadi), prima de Cheb, ajudar Zim a conseguir um carro para daí ter o emprego que vai evitar sua prisão por uma reincidência na polícia graças a um acidente de trânsito.

Repetindo, “Zim & Co.” tem a capacidade de traduzir no ritmo da montagem e nos rápidos diálogos dos três amigos, a urgência por algo melhor para a vida, mas sem nunca perder a dignidade. Os garotos, em fase de amadurecendo da personalidade tentam se adequar ao status quo do sistema, mas sempre entram em atrito com as regras estabelecidas. É o velho embate do ímpeto da juventude contra o mundo hostil, só que agora na roupa nova e confortável de “Zim & Co.”.

Dica: o diretor Jovilet aparece no filme como o dono da casa pintada pelos três amigos.

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