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Festivais

18° CineCeará – premiação

Ficção venezuelana vence festival cearense

Por Luiz Joaquim | 18.04.2008 (sexta-feira)

FORTALEZA (CE) – Houve uma decepção generalizada entre crítica e público na premiação pelo júri oficial do melhor longa-metragem do 18º CineCeará – Festilva Ibero-americano de Cinema, que aconteceu na noite da última quinta-feira. Isso porque o mais fraco e frágil título de ficção, o venezuelano “Postais de Leningrado”, de Mariana Rondón, levou o troféu (a apenas esse) de melhor filme.

O contrário aconteceu com a premiação de curtas, por outro júri. “Antônio Pode”, de Ivan Morales, foi eleito o melhor da categoria, tendo ficado também com os de melhor som e direção de arte. Pernambuco apareceu com o prêmio para Irandhir Santos, como melhor ator em “Décimo Segundo”, de Leo Lacca.

Em termos quantitativos, o espetacular “Luz Silenciosa”, do mexicano Carlos Reygadas, foi o grande vencedor entre os longas. Alejandro Ezpeleta, assistente de direção da obra, subiu ao palco do Cine São Luiz quatro vezes para pegar os trófeus por direção, fotografia, som e prêmio da crítica.

“Os Desafnados” levou o Mucuripe de trilha sonora, derrotando seu único forte concorrente, o “Falsa Loura”, que não recebeu um único prêmio no Ceará. O filme de Walter Lima Jr. ainda foi agraciado com um prêmio da crítica local.

Como havíamos previsto, Juan Diego, pelo espanhol “Vete de Mi” foi o melhor ator, e a argentina Ana Celentano, por “As Vidas Possíveis” foi a melhor atriz, desbancando a favorita e falsa loura de Reichenbach, Rosanne Mulholland. O roteiro foi para Di Moretti pelo seu esforço em adaptar “Nossa Vida não Cabe num Opala”, e a montagem ficou com o doc chileno-americano “Specials Circunstances”. O longa cearense “O Grão” foi agraciado pela sua direção de arte.

Junto a “Antônio Pode”, o curta-metragem “Um Ramo”, de Juliana Rojas e Marco Dutra, ficou com três títulos: melhor direção, atriz (Helena Albergaria) e da crítica, além do prêmio Canal Brasil. Também receberam o troféu oficial os curtas “Corpo Presente: Beatriz” (fotografia) e “Vampiro do Meio-Dia” (montagem e roteiro).

Antes da premiação o CineCeará prestou homenagem, com um minuto de silêncio à memória do reitor da Univesidade Federal do Ceará (instituição que promove o festival), Ícaro de Sousa Moreira, pelo seu falecimento enquanto dormia na madrugada daquele mesmo dia.

A atmosfera aqueceu na sequência com o compositor Sérgio Ricardo, responsável por algumas trilhas sonoras de Glauber Rocha, apresentando uma espécie de pout-pourri desse trabalho para abrir a sessão da primeira exibição no Brasil da cópia restaurada de “O Dragão do Mal Contra o Santo Guerreiro” (de 1969).

O restauro foi feito na Inglaterra, iniciado em 2003, a partir de uma cópia francesa (daí algumas legendas em francês durante algumas canções no filme) e com a banda sonora de outras fontes. No palco, Paloma Rocha, filha de Glauber, anunciou que em 23 de maio, lança no Rio de Janeiro uma caixa com quatro DVDs do pai: “Terra em Transe”; “Idade da Terra”; “Barravento” e o “Dragão…” que foi exibido no CineCeará.

*Viagem a convite do CineCeará
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PREMIAÇÃO 18º CineCeará

LONGAS PREMIADOS

1- Melhor Longa-metragem: CARTÕES POSTAIS DE LENINGRADO/Postales de Leningrado, dirigido por Mariana Rondón (VENEZUELA) – Por expressar um momento sensível da história latino-americana recente, com um tratamento e uma linguagem inovadora. (prêmio: 10 mil dólares)

2- Melhor diretor: CARLOS REYGADAS por Luz Silenciosa (MÉXICO-FRANÇA-HOLANDA) – Pela maturidade estética de sua obra reveladora, dona de um conceito integral e de um domínio da técnica e da dramaturgia cinematográficas.

3- Melhor Roteiro: DI MORETTI – Por Nossa Vida não Cabe num Opala (BRASIL).

4- Melhor Fotografia: ALEXIS ZABÉ – Por Luz Silenciosa (MÉXICO-FRANÇA-HOLANDA).

5- Melhor Montagem: SHIRLEY THOMPSON – Por Circustâncias Especiais/Special Circumstances (CHILE-ESTADOS UNIDOS).

6- Melhor Som: RAUL LOCATELLI – Por Luz Silenciosa (MÉXICO-FRANÇA-HOLANDA).

7- Melhor Trilha Sonora: WAGNER TISO – Por Os Desafinados (BRASIL).

8- Melhor Direção de Arte: LANA PATRÍCIA – Por O Grão (BRASIL).

9- Melhor Ator: JUAN DIEGO – Por Vete de Mí (ESPANHA).

10- Melhor Atriz: ANA CELENTANO – Por As Vidas Possíveis/Las Vidas Posibles (ARGENTINA).

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CURTAS-METRAGENS PREMIADOS

1- Melhor curta-metragem: ANTONIO PODE, dirigido por Ivan Morales (SP). Pela originalidade de sua proposta e pelo primor técnico-artistico de sua realização. PREMIOS extras: (mixagem 5.1 Dolby Digital da Empresa MEIOS E MIDIA COMUNICAÇÃO LTDA e R$ 5.000,00 (cinco mil reais) do Banco do Nordeste do Brasil)

2- Melhor diretor: Juliana Rojas e Marco Dutra por UM RAMO (SP).

3- Melhor Fotografia: Aloysio Raulino – Por CORPO PRESENTE (SP).

4- Melhor Montagem: Anita Rocha da Silveira – Por VAMPIRO DO MEIO DIA (RJ).

5- Melhor Roteiro: Anita Rocha da Silveira – Por VAMPIRO DO MEIO DIA (RJ).

6- Melhor Som: Leonardo Costa Gomes – Por ANTONIO PODE (SP).

7- Melhor Direção de Arte: Ana Teixeira e Ana Valeria González – Por ANTONIO PODE (SP).

8- Melhor Ator: Irandhir Santos – Por DÉCIMO SEGUNDO (PE).

9- Melhor Atriz: Helena Albergaria – Por UM RAMO (SP)

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