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Críticas

Max Payne

Game com gente de carne e osso

Por Luiz Joaquim | 21.11.2008 (sexta-feira)

Há uma piada que diz: “nunca contrate Mark Walhberg para fazer um durão, principalmente se for como protagonista, caso queira manter sua integridade como ator”. Sob circunstâncias especiais (leia-se ‘Paul Thomas Anderson’ dirigindo), como em “Boogie Nights”, essa premissa pode até ser desobedecida. Caso contrário, se é Walhberg que carrega diversões descartáveis como a nova versão de “Planetas dos Macacos” (2001), ou então esta adaptação do jogo de videogame “Max Payne” (EUA, 2008), que chega hoje aos cinemas, então teremos um boneco de madeira no lugar de um ator.

Pode-se até esperar um bom filme adaptado de um videogame, mas não se pode esperar que o argumento impressione. O resultado do filme dependerá de uma combinação de valores na produção, mas a premissa da história – aqui atrelada ao joguinho para entreter adolescentes entre 10 e 40 anos de idade – certamente será limitada. E é o que acontece. Payne (Walhberg) é o clássico policial, taciturno por ter pedido a esposa e o bebê para um assassinato brutal cujo algoz nunca foi encontrado.

Assim sendo, o vingativo torna-se uma espécie de maldito na força policial em busca eterna pelo assassino, passando inclusive por cima da justiça. É a partir do encontro com a modelo do leste-europeu Mona (Mila Kunis) que um pista – configurada numa droga chamada ‘Valquíria’ (espécie de Red-Bull do mal) – o leva a imaginar que irá encontrar a quem procura há três anos.
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O diretor John Moore (responsável pela refilmagem inútil de “A Profecia” em 2006) é quem se aventura nesta adaptação. E ele não foge do óbvio em filme que vieram de videogames, ou seja, recriar o visual dos games e ignorar o evidente problema em impor um ritmo de outro formato de expressão para o cinema, que possui sua própria singularidade lingüística. Mesmo assim, é bonito ver alguns efeitos de extrema câmera lenta em cenas de cartuchos explodindo em pistolas – recurso presente no jogo – mas depois de “Matrix”, o exercício parece velho. No caso de John Moore, sua falta de originalidade está virando mesmo é sua assinatura.

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