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Críticas

Morangos Silvestres

A pedra fundamental sobre velhice e memória

Por Luiz Joaquim | 06.08.2010 (sexta-feira)

53 anos separam a primeira exibição de “Morangos Silvestres” (Smultronstället, Sue., 1957) para a sessão de hoje, 20h, e amanhã, 10h, que o São Luiz promove. Nesse período, uma infinidade de artigos, livros, resenhas, críticas, teses, dissertações e todo o tipo de reflexão já foram feitas a respeito deste que é um dos filmes fundamentais do monstro sueco Ingmar Bergman (1918-2007).

Fundamental porque, ao acompanharmos o percurso feito pelo professor aposentado Isak (vivido, à época aos 78 anos, pelo diretor e ator sueco Victor Sjöstrom) vamos a fundo numa viagem pela origem do conhecimento humano. A revisão que faz da vida, da infância, quando o velho professor que viaja a convite para receber uma homenagem na Universidade de Lund pelos 50 anos de carreira, envolve uma série de questões que viriam permear toda obra do cineasta sueco.

Estão aqui a impossibilidade de comunicação plena entre as pessoas, o vazio da existência humana, as complicações do amor e o fim inevitável com a morte.

Em “Morangos Silvestres” isso vem embalado pela relação que Isak faz com sua infância – os morangos silvestres são referências imediatas à sua época de menino – e de suas derivações pautadas pelas tradições que são de Isak, mas não são mais da época em que vive na velhice.

Realizado logo após “O Sétimo Selo”, “Morangos…” consagrou definitivamente Bergman no mundo, e sua profundidade a respeito do que há de complexidade na memória humana gerou centenas de outros filmes mais frágeis pelo mundo.

O São Luiz também exibe em sua programação, o inédito no Recife, “Um Homem Sério” (A Serious Man), dos Irmãos Coen, e o infantil japonês “O Castelo Animado” (Hauru No Ogoku Shiro), de Hayao Miyazaki, mesmo diretor de “A Viagem de Chihiro”. Veja horários no roteiro da página 5.

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