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Críticas

Como cães e gatos 2, a vingança de Kitty Gallore

Cães e gatos que salvam o mundo

Por Luiz Joaquim | 03.09.2010 (sexta-feira)

O diretor Steven Spielberg é autor de um desses aforismos que definem com convicção duvidosa o que seria o bom cinema. “Se uma pessoa pode me descrever sua ideia em 25 palavras ou menos, com certeza vai ser um bom filme”, opina Spielberg.

O que Spielberg diria dessas vinte e tantas palavras? A gata Kitty Gallore planeja atacar todos os cães do mundo, e com isso ferir também os humanos. Então, cães e gatos se unem para impedir a doida. Essa bobagem filmada se chama “Como cães e gatos 2, a vingança de Kitty Gallore”, caso de filme tão ruim quanto sua sinopse. É o tipo de trabalho interessado no cinema como possibilidade de escape infantil para o cotidiano, sem qualquer outro objetivo.

Talvez o entrave seja a precariedade forte também como diversão sem qualquer preocupação. A história transmuta para o universo canino e felino a ideia de um sistema de inteligência que serve para preservar a paz mundial. Há ainda a tentativa de agradar pais cinéfilos, recuperando o estilo carregado dos filmes de 007 e do vilão Hannibal, de “Silêncio dos inocentes” (1991).

É possível perceber esse filme como uma metáfora de baixa maturidade sobre a necessidade do trabalho em equipe apesar de diferenças culturais. Conceito que fica evidente num diálogo. Um cão pergunta “Por que eles não me odeiam?”, sobre o excesso de carinho que recebe de gatinhos ainda jovens. “Eles ainda não aprenderam”, responde a gata.

Depois de acompanhar essa aventura qualquer sobre gênio do mal que quer dominar o mundo, é curioso observar como a felicidade estável para todas as partes só chega com a reprodução mecânica do american way, o jeito americano de ser feliz: jovem casal bem sucedido, com filho bebê e cão de guarda, fazendo churrasco no jardim verde da casa própria de cercas brancas, num pequeno subúrbio.

Como alerta, vale o aviso que o filme tem projeção em 3D e com isso utiliza a possibilidade de despejar ruindade para fora da tela.

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