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Festivais

40o. Gramado (2012) – noite 5

Juventude versus velhice em Gramado

Por Luiz Joaquim | 16.08.2012 (quinta-feira)

GRAMADO (RS) – Auditório lotado, como era de se esperar, na noite de terça-feira do 40o Festival de Cinema de Gramado para conferir o representante gaúcho chamado “Insônia”, quinto filme de Beto Souza, na competição de longa-metragens nacionais. Com equipe e elenco gaúcho, exceto pela participação de Luana Piovani (ausente no festival, para a tristeza dos fãs no tapete vermelho), “Insônia foi rodado em 2007, pensando no público juvenil feminino.

Assim como no superior carioquíssimo “Desenrola” (2010), da Rosane Svartman, as descobertas de uma adolescente sobre relacionamento com garotos e as dúvidas sobre o primeiro beijo e de como perder a virgindade movimentam “Insônia”. Mas, Souza mostra uma mão pesada na direção com situações frouxas de tensão, e onde a atmosfera é toda “fofinha”, para usar um termo usado de maneira extenuante nos diálogos do filme.

No enredo, a protagonista Cláudia (a muito boa atriz Lara Rodrigues) tem 15 anos e torna-se amiga de Andréa (Luana Piovani, à vontade como a mulher experiente com os homens). Andréa tem 28 anos e se apaixona pela pai quarentão, de origem argentina, de Cláudia. Iniciada um namoro, Andréa passa a aconselhar a jovem a como agir com os homens. E o resultado é… “fofinho” e descartável como um episódio de “Malhação”.

Na competição latina, o chileno “Leontina”, de Boris Peters, mostrou-se como o grande equívoco da curadoria que o selecionou para constar no festival. Neste documentário ultramelodramático (no mau sentido) o foco está na avó de 81 anos do realizador, com seu nome dando título à obra.

O ponto de vista, entretanto, é exclusivamente de Peters, que usa uma excessiva e equívoca música grandiloquente para ilustrar o cotidiano isolado e a solitária viuvez de cinco décadas vivida pela senhora. Com legendas pretensamente poéticas, o filme chama a atenção pela pieguice e não para a dor da senhora, fazendo os 70 minutos de duração do filme parecerem uma eternidade. Hoje, o Festival exibe o esperado “O Som ao Redor”, do pernambucano Kleber Mendonça Filho.

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