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Festivais

22. Cine-PE (2018) – coletiva “Henfil”

Exibição de “Henfil” agradou em sua primeira exibição num festival.

Por Renata Malta | 05.06.2018 (terça-feira)

– na foto acima, de Felipe Souto Maior, a diretora de Henfil, Angela Zoé

Na coletiva de imprensa, ontem (4), as 10h30, os realizadores dos filmes exibidos na noite anterior no festival Cine-PE, discutiram, junto ao curador e mediador Edu Fernandes, suas produções.

Durante o debate com os curtametragistas responsáveis por  Deep Dive, Frequências – que concorrem na mostra competitiva de curtas pernambucanos –  Insone, Universo Preto Paralelo, Peripatético, Lençol de Inverno e Eu não falo com estranhos –competindo na mostra de curtas nacionais –  os diretores dos filmes conversaram sobre um dos programas mais elogiados pelo público nesta edição.

O diretor, roteirista e protagonista de Deep Dive, Pedro Arruda, reafirmou a simplicidade da sua produção. Inspirado nos oníricos filmes de David Lynch, desenvolvido como um despretensioso exercício para a universidade, o estudante disse que a criação da atmosfera foi sua prioridade durante a execução do filme.

Pedro Arruda, diretor de ‘Deep Dive’, em foto de Felipe Souto Maior

Adalberto Oliveira, diretor de Frequências, participa pela segunda vez do festival. Confirmando a clara influencia do diretor Marcelo Pedroso no seu trabalho que carrega, também, referencias ao movimento Manguebeat, Oliveira revelou que o curta faz parte de uma trilogia, sucedendo o filme Dique (2012). O filme mescla a realidade e ficção, trazendo personagens reais dirigidos nos seus contextos naturais.

O curta Insone, que ganhou a simpatia do publico durante projeção de ontem, foi representado por Débora Pinto, co-diretora da obra. Ela o justifica como um filme sobre imaginação com base nas animações japonesas e carga pessoal da infância. A realizadora explicou as dificuldades da realização, sobretudo, da composição do ritmo dos desenhos em conjunto a música.

Em Universo Preto Paralelo, Rubens Pássaro, utilizando, apenas, material de arquivo, ressignifica textos e imagens referentes à escravidão no Brasil traçando paralelo com o período da ditadura militar e falas que sustentam apoio à tortura e valores do passado, ainda nos dias atuais. Alegando que pode atrair ainda mais atenção para o discurso do politico Jair Bolsonáro, o realizador diz temer a recepção do público “bolsominion” ao seu filme.

Jéssica Queiroz, falou sobre seu Peripatético, já vencedor dos prêmios de melhor roteiro e prêmio do Júri no festival de Brasília. A diretora não tinha ambições de que o filme fosse recebido em festivais, mas que seria exibido em escolas públicas. Ela afirma ter buscado uma narrativa acessível a todos os públicos, sem fetichismo e romanizações a pobreza.

Sobre o mineiro Lençol de Inverno, o diretor Bruno Rubim elucidou ser uma adaptação de um conto do roteirista Mateus Baldi. Os dois optaram por omitir as questões de gênero contidas no conto em boa parte da obra, restringindo ao final, como ponto de virada, o que Edu Fernandes chamou de “armadilha para homofóbicos”.

Klaus Hastenreiter  diz ter se inspirado na própria insegurança para construir as questões de Eu não falo com estranhos, que levou quatro anos para concluir, além de referências a Luiz Fernando Carvalho, Wes Anderson e Woody Allen.

LONGA – A diretora Angela Zoé revelou, durante a coletiva, a fluida produção do documentário Henfil, que funcionou como reality show para um grupo de animadores durante um workshop desenvolvido pelo Senai. Imagem e som do filme, também, foram captados por estudantes da instituição, um trabalho que durou um mês de filmagens.

Zoé explicou que a seu interesse pela figura surgiu ainda na produção de Betinho – A Esperança Equilibrista (2015), quando aproximou-se da família dos irmãos. Ao final das gravações, Zoé, foi surpreendida com 48 rolos de super-8 encontradas com uma tia do cartunista , contendo imagens inéditas dele até mesmo para os familiares. Desta forma, foi necessário reorganizar as suas intensões com a obra.

A diretora demonstrou também muita chateação ao comentar o filme Elis (2016), de Hugo Prata, que, segundo a realizadora, insinua relação entre a morte de Elis Regina com a charge da cantora feita por Henfil. Zoé mencionou sua intensão de acrescentar ao final do filme a aparição do cartunista no The New York Times.

O longa está, pela primeira vez, concorrendo em uma mostra competitiva e quando lançado em salas de exibição, contará, também, com experiência de realidade virtual, projetadas em Domo.

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