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Reportagens

“Palavra Crítica” estreia 2 fev. (terça-feira)

12 críticos de cinema revelam sua relação com a vida, com o cinema, com o mundo. Imperdível.

Por Luiz Joaquim | 29.01.2021 (sexta-feira)

– na foto-divulgação acima (de Juliana Santos), o editor do CinemaEscrito, Luiz Joaquim, no set da entrevista de Palavra crítica

No ano de 2019, este que aqui escreve, teve a chance de participar de um projeto apaixonante da produtora pernambucana Opara Filmes com a Plano 9, a quem agradeço o convite para fazer parte como entrevistado e como entrevistador. Só os nomes de profissionais como Tiago Leitão (diretor) e Mannu Costa (produtora), além de André Dib como consultor do projeto, era suficiente para que topássemos a empreitada de colaborar na série documental. Mas, para além disso, o Palavra crítica era particularmente sedutora por estimular aquilo que mais nos encanta. Pensar, problematizar, amar cinema.

Na próxima semana, mais precisamente às 20h30 da terça-feira (será sempre às terças-feiras), a TV Universitária do Recife (Canal 11) dá partida à exibição da série Palavra crítica.

Na estrutura de cada episódio (são 12, ao todo), está a trajetória e o pensamento dos 12 críticos de cinema convidados a sentarem diante das câmeras de Tiago Leitão para falar da sua experiência humana e profissional diante do cinema, da crítica.

José Gerado Couto é um dos que abrilhanta a série

Cada episódio apresenta a trajetória de um destes críticos, revelando desde as primeiras memórias relacionadas ao cinema, passando pelos caminhos que levaram à profissão, até chegar ao debate sobre a análise fílmica e à relação da crítica com o mercado audiovisual.

Esta primeira temporada do Palavra crítica apresenta o pensamento de críticos de diferentes gerações e de várias partes do Brasil, com destaque para cinco pernambucanos. Participam da série os críticos: Alexandre Figueirôa (Recife), Ângela Prysthon (Recife), Ernesto Barros (Recife), Carol Almeida (Recife), Celso Marconi (Recife), Heitor Augusto (São Paulo), Luiz Joaquim (Recife), Luiz Zanin (São Paulo), João Batista de Brito (João Pessoa), José Geraldo Couto (Florianópolis / São Paulo), Marcelo Ikeda (Rio de Janeiro/ Fortaleza) e Marcelo Lyra (São Paulo).

Celso Marconi, que iniciou na crítica na década de 1950 e ainda hoje atua nas redes sociais, foi um dos entrevistados, então com 89 anos.

Sobre a ideia para o projeto, Tiago Leitão conta: “Sentia uma ausência de produtos de televisão sobre críticos, que tratassem da crítica cinematográfica. Temos muitos programas sobre diretores, roteiristas e atores. Então, eu vi uma oportunidade de desenvolver um projeto nessa área e convidei André Dib como crítico e jornalista para me ajudar na formatação”.

Na fala de Dib, sobre o conceito imaginado para a série: “Quando Tiago me convidou para o projeto, a ideia era valorizar esta expressão criativa no campo da cultura e desmistificar a relação entre cinefilia e crítica especializada. Elaboramos então um recorte que apontasse para um mapeamento do pensamento sobre cinema, a partir de profissionais de diferentes regiões, formações e campo de atuação. Por isso, além da dimensão conceitual ou teórica, as entrevistas privilegiam histórias pessoais que levaram à profissionalização”.

Os profissionais têm marcante atuação como críticos nos veículos de imprensa e em atividades como curadoria, programação de salas, pesquisa e ensino. Alguns deles ainda se tornaram realizadores audiovisuais, criando seus próprios filmes. Os jornalistas e críticos pernambucanos Luiz Joaquim e Carol Almeida, além de depoentes, foram convidados para serem entrevistadores dos colegas de crítica junto a André Dib.

Luiz Zanin Oricchio, crítico de ‘O Estado de S. Paulo’, veio ao Recife para a gravação da série.

Além das entrevistas, os episódios contam com cenas animadas sobre a trajetória de cada crítico. “Para as gravações das entrevistas, eu concebi a seguinte forma, o crítico sentado numa cadeira simbólica de diretor, como condutor do processo, e pontos marcantes da vida dele eram projetados na tela de cinema por trás, aí ele passa de diretor para ser a obra”, explica Tiago Leitão.

“Naquele tempo, não havia como prever que a estreia seria num momento de tantas crises, no qual o poder de leitura, análise e posicionamento crítico se tornariam ainda mais necessários. De uma maneira geral, é disso que se trata: formas de ver e estar no mundo a partir do cinema; e de ver o cinema, com olhos próprios”, destaca André Dib.

A Dra. Ângela Prysthon integrou o elenco de convidados.

A produtora Mannu Costa acrescenta sobre a amplitude das narrativas trazidas por cada crítico. “Para mim foi muito importante perceber que o debate promovido pelos entrevistados vai muito além da crítica em si, pois trazem aspectos políticos (espaço, representatividade, mercado, público, política e formação de identidade), que podem interessar às pessoas que não são só do cinema ou fãs de filmes”, afirma.

A realização é da Opara Filmes em coprodução com a Plano 9 Produções e incentivo do Funcultura, Secretaria de Cultura, Fundarpe, Governo de Pernambuco e do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA),  Agência Nacional do Cinema (Ancine) e Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). A produção também conta com o apoio da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine).

Os interessados podem seguir o perfil criado no Instagram @palavracritica para acompanhar alguns conteúdos dos bastidores e trechos dos episódios.

EQUIPE – A série documental Palavra crítica além de Tiago Leitão no roteiro e direção e Mannu Costa na produção, tem a pesquisa e consultoria de roteiro de André Dib, a direção de fotografia de Mariano Pablo Maestre, a direção de produção de Carol Correia, as ilustrações de Luciano Bresdem, as animações de André Pinto, as projeções e mapping de Gabriel Furtado, os desenho de som e mixagem de Nicolau Domingues, a trilha sonora de Diogo Felipe, e a montagem e finalização de Henrique Spencer.

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