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Reportagens

Chanchadas redescobertas em Pernambuco

Atlântida, por meio de Luiz Henrique Severiano Ribeiro Baez, resgata 4 filmes em instituto pernambucano.

Por Luiz Joaquim | 18.04.2007 (quarta-feira)

Em 2005, dois curadores do Festival de Trois Continents, em Nantes (FR), estiveram no Recife e ao visitar o Instituto Lula Cardoso Ayres (ILCA) tiveram a surpresa de encontrar a única cópia no Brasil em bom estado de conservação do filme “Redenção” (1955), clássico de Roberto Pires. Hoje outros quatro filmes raros do acervo do Instituto serão notícias a partir de uma parceria com a Atlântida cinematográfica, representada por um de seus herdeiros, Luiz Henrique Severiano Ribeiro Baez.

O empresário carioca vem resgatando um acervo de 15 mil rolos de cinejornais realizados pelo estúdio, e digitalizando parte dos títulos que formaram os anos de ouro da Atlântida, em particular as Chanchadas. Nesse processo, Baez descobriu que na cinemateca localizada no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, as obras “Também Somos Irmãos” (1949), de José Carlos Burler, “Caçula do Barulho” (1949), de Riccardo Freda, “E o Mundo se Diverte” (1948), de Watson Macedo e “Vamos com Calma” (1955), de Carlos Manga, estavam parcialmente ou totalmente conservadas.

O empresário tomou conhecimentos dos filmes no ILCA através do diretor e produtor paulista Aníbal Massaíne Neto, a quem Lula Cardoso Ayres Filho – mantenedor do Instituto junto a Regina Ayres – ofereceu a venda destes filmes em 16mm. “Massaine repassou a informação para Baez que logo ficou interessado em restaurar as obras para posteriormente fazer cópia em digital e lançar em DVD além de disponibilizá-las para canal aberto e para o Canal Brasil, na TV paga”, recorda
Lula Filho.

CARLO MANGA – Exímio conhecedor da Chanchada no cinema brasileiro, Lula Filho falou também de sua recente participação como depoente no documentário “Manga por Manga”. Tendo iniciado as gravações durante o último Festival de Brasília (em novembro), o documentário continua em processo e irá discorrer sobre a obra
deste que foi, provavelmente, o autor mais celebrado na Chanchada.

Carlos Manga entrou nos estúdios da Atlântida como almoxarife, passou a contra-regra e depois como assistente de montagem e direção. Uma vez dominada a técnica, o cineasta inovou dentro do gênero, oxigenando e modernizando com paródias os musicais daquele estúdio de cinema, o mais popular nos anos 1940 e 1950.

Em “Manga por Manga”, Lula Cardoso Ayres Filho aparece depondo ao lado de intelectuais e especialistas de cinema de todo o país. Também de Pernambuco foram colhidos depoimentos do escritor e Secretário de Cultura Ariano Suassuna e do cineasta e jornalista Fernando Spencer.

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