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Reportagens

Livro resgata cinema mudo pernambucano

Autor, Paulo Cunha, também propõe avaliação sobre o período mudo local

Por Luiz Joaquim | 26.04.2007 (quinta-feira)

Era o início dos anos 1980 quando o professor,
realizador e escritor Paulo Cunha, acompanhou o
cineasta Fernando Spencer em visita a casa de Jota
Soares (1906-1988) para combinar detalhes sobre uma
série de documentários que Spencer faria sobre o
“Ciclo do Recife” – período entre 1923 e 1931, quando
jovens de forma intuitiva produziram 13
longas-metragens de ficção no Estado. Entre estes
jovens estava o ator, diretor e produtor Jota Soares.

Ao conhecer Soares, Cunha ficou impressionado ao vê-lo
chorar quando relatava uma seqüência banal do
filme-catástrofe “O Destino do Poseidon” (1972).
“Percebi que aquele homem amava o cinema acima de tudo
e isso colocou em questão algumas de minhas certezas”.
Saindo dali, o pesquisador foi ao Arquivo Público e
fotografou os 59 textos que Soares escreveu,
semanalmente, em tom de crônica, entre 2 de dezembro
de 1962 a 23 de janeiro de 1964 na página de cinema
mantida por Spencer no Diário de Pernambuco.

Às 17h30 deste sábado, no stand da Fundação Joaquim
Nabuco (Fundaj) montado no hall do Centro de
Convenções para o 11º Cine-PE: Festival do
Audiovisual, Paulo Cunha vai, de certa forma, realizar
um sonho de Jota Soares, expresso em duas das últimas
crônicas quando dizia que tinha planos de escrever um
livro sobre a história do Ciclo do Recife. O
pesquisador vai lançar “Relembrando o Cinema
Pernambucano” (Editora Massangana, 116 págs., R$ 25),
no qual organiza e reúne os textos escritos nos anos
1960 pelo pioneiro diretor.

Ilustrado com fotos que originalmente compuseram as
crônicas no jornal – “uma vez que os textos de Soares
partiam das fotos para discorrer sobre suas memórias
do Ciclo”, explica Cunha – o livro abre com uma
detalhada biografia de Soares, além de um texto
crítico do professor Anco Márcio sobre a produção do
período mudo pernambucano e a escrita de Soares; e
ainda um texto de Cunha sobre, entre outras coisas, a
obsessão de Soares em colecionar coisas e como isso
foi determinante para termos hoje documentos concretos
sobre o Ciclo.

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