X

0 Comentários

Festivais

14º Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá, 2007 (2)

“Helena Zero”, de Pizzini, e “Person”, de Marina Person, formam coesão na competitiva

Por Luiz Joaquim | 30.05.2007 (quarta-feira)

CUIABÁ (MT) – Na noite de segunda, apesar da quantidade massacrante de filmes (foram 14 em um intervalo de seis horas), a seleção para a mostra competitiva do 14º Festival de Vídeos de Cuiabá revelou-se adequada, num equilíbrio entre boas idéias em vários curtas e sensibilidade no documentário em longa-metragem “Person”, de Marina Person. A película fechou a primeira sessão junto com “Helena Zero”, de Joel Pizzini (RJ), formando um bloco coeso com retratos sensíveis de dois personagens que fazem parte da história do cinema brasileiro: a atriz baiana Helena Ignez, viúva e guardião incansável do espólio do cineasta Rogério Sganzerla, e o cineasta Luiz Sérgio Person.

Este último, morto prematuramente aos 39 anos, em 1976, ganhou um retrato sóbrio de sua filha, a cineasta e VJ da MTV Marina Person. O filme documenta de forma extremamente pessoal o processo de descoberta da personalidade desse artista, que deu ao Brasil filmes contundentes em sua denúncia de desumanização dos indivíduos, como os clássicos “São Paulo S.A” e “O Caso dos Irmãos Naves”. O longa-metragem será lançado no circuito em agosto. Outra boa surpresa foi o vídeo “Visita Íntima” (BA), uma fina ironia entre os termos usados de forma corrente na moda e o vestuário de presos em Salvador.

A noite também contou com seis curtas mato-grossenses e uma pequena mostra de três vídeos bolivianos. Enquanto as produções locais ficaram indecisas entre usar uma linguagem essencialmente cinematográfica e reproduzir a estética televisiva, os bolivianos mostraram mais coragem de experimentar novos temas e linguagens, apesar de penarem na execução de suas idéias. A noite foi encerrada com o longa “Karajá”, feito com recursos de cinco Estados e que mostra um pedaço da interação entre o Sudeste e o Centro-Oeste, pela ação de indíos e por uma linha de trem que abria cominho para o Pantanal, hoje desativada. Infelizmente, o longa serviu como um espellho dos curtas, em uma abordagem equivocada e enfadonha dos problemas que as duas regiões do País enfrentam.

Mais Recentes

Publicidade