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Festivais

17º Cine Ceará, 2007, premiação

Querô e curtas cearenses brilham no 17º Cine Ceará

Por Luiz Joaquim | 11.06.2007 (segunda-feira)

FORTALEZA (CE) – Na sexta-feira, noite de encerramento do 17º Cine Ceará: Festival Ibero-americano de Cinema, o filme ‘Querô’, de Carlos Cortez, consagrou-se levando o troféu Mucuripe de melhor longa-metragem, ator (Maxwell Nascimento) e melhor edição (Paulo Sacramento), coroando uma carreira de vitórias que teve início em novembro no Festival de Brasília, obtendo êxito também no Recife e em Cuiabá.

Maxwell e outros três atores do filme, os ‘querôzinhos’, como ficaram conhecidos no Cine Ceará, trouxeram leveza à noite de premiação, suspendendo o diretor Cortez no palco e ensaiando um xaxado desengonçado enquanto diziam que “o troféu aqui tem outro valor porque aqui é briga de cachorro grande”, uma vez que competiam com filmes estrangeiros. O sucesso de ‘Quero’ nos festivais é um ótimo condimento a ser utilizado pelo marketing de divulgação para quando a obra for lançada em circuito comercial em agosto próximo.

Entre os outros longas-metragens, a premiação foi equilibrada com os Mucuripe técnicos de fotografia e som para o português ‘Body Rice’, melhor roteiro para o argentino ‘Chile 672’, atriz para a peruana Magdyel Ugaz em ‘Mariposa Negra’, e direção e direção de arte para o cubano ‘A Idade Mais Chata’.

Anunciado como o primeiro longa-metragem guatemalteco exibido no Brasil, ‘As Cruzes’, levou o troféu Oscarito, criado em 2006 pela Câmara Municipal de Fortaleza. Já Rosemberg Cariry levou o prêmio do Banco do Nordeste (BNB), de R$ 10 mil, por apresentar (sem concorrentes entre os outros longas) a melhor produção com temática nordestina, por ‘Patativa do Assaré: Ave Poesia’. Apenas o delicado e tocante espanhol ‘De Bares’, de Mario Iglesias, saiu sem premiação.

Nos curtas-metragens, o cearense ‘Vida Maria’, de Márcio Ramos, vem desenhando um trajeto de êxitos como a de ‘Querô’. Em Fortaleza não foi diferente, levou o título de melhor curta, o prêmio aquisição Canal Brasil (R$ 5 mil) e o prêmio BNB (R$ 5 mil). Quem recebeu os prêmios foi o autor da trilha sonora, pois Ramos estava no Festival de Huesca (Espanha) onde ‘Vida Maria’ também era exibido junto com a animação ‘Yansan’, de Carlos Eduardo Nogueira, vencedor no Cine Ceará como melhor roteiro e direção de arte.

O baiano ‘Paralelas’, de Alexandre Basso, foi eleito o de melhor direção e som. A fotografia vencedora foi a de ‘Sol de Amém’ (dividido com ‘No Rastro do Camaleão’, de Eric Laurence), também contemplando sua atriz, Leuda Bandeira, que agradeceu dizendo já ter muitos prêmios em sua longa carreira, mas ‘nenhum com um gosto tão especial quanto esse que recebo aqui em minha terra’. O ótimo ‘Câmara Viajante’, do também cearense Joel Pimentel, arrebatou o Mucuripe de edição e Cláudio Jaborandy foi o melhor ator por ‘Dia de Folga’.

Antes da premiação, Jaborandy leu um texto da Associação de Produtores e Cineastas do Norte Nordeste (APCNN) solicitando uma política mais atuante na região para a área audiovisual.

HOMENAGEM – O primeiro movimento na noite de encerramento do 17º Cine-Ceará foi para homenagear o fotógrafo e cineasta Thomas Farkas, 83 anos, que teve uma retrospectiva durante todo o festival, exibindo 22 de seus curtas e médias numa das salas Espaço Unibanco Dragão do Mar. Bastante emocionado, Farkas disse, para uma platéia que o aplaudia de pé no Centro Cultural SESC – Luiz Severiano Ribeiro, que tinha vindo parar ali conduzido por amigos e que devolvia a felicidade que sentia para todos aqueles com quem trabalhou.

A noite também foi ilustrada com a projeção do curta ‘Pixinguinha e A Velha Guarda do Samba’, de Farkas e Ricardo Dias, dando espaço na seqüência para o longa hors-concours ‘Madrigal’ (2006) do cubano Fernando Perez. Aqui, o veterano cineasta apresenta Javier (Carlos Enrique Almirante, espécie de Gael Garcia Bernal cubano), um jovem escritor e ator de teatro que inicia um relacionamento de interesses pela introspectiva Luisita.

No meio do processo, seus objetivos e sentimentos mudam, influenciando na história que escreve sobre um futuro, em 2020, onde a sociedade pratica sexo compulsivamente, e de forma coletiva nas ruas, quando o amor é algo subterrâneo. Passada a projeção do excelente ‘Madrigal’, ficou fácil entender o porquê de ele não concorrer no Cine Ceará. Seria covardia.

* Viajem a convite do Cine Ceará
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Premiados 17º Cine Ceará

Mostra Competitiva Ibero-Americana: LONGA-METRAGEM

Melhor Longa (U$ 10,000 – dez mil dólares): QUERÔ, de Carlos Cortez
Melhor Direção: Pavel Giroud, por La Edad de La Peseta
Melhor Roteiro: Pablo Bardauil, com Chile 672
Melhor Fotografia: Paulo Ares, por Body Rice
Melhor Edição: Paulo Sacramento, por Querô
Melhor Som: Pedro Melo, Gerard Rousseau e Elsa Ferreira, por Body Rice
Melhor Trilha Sonora Original: Ulises Hernandez, por La Edad de La Peseta
Melhor Direção de Arte: Vivian del Valle, por La Edad de La Peseta
Melhor Ator: Maxwell Nascimento, por Querô
Melhor Atriz: Magdyel Ugaz, por Mariposa Negra

Mostra Competitiva Brasileira: CURTA-METRAGEM

Melhor Curta: VIDA MARIA, de Marcio Ramos
Melhor Direção: Alexandre Basso, por Paralelos
Melhor Fotografia: Roberto Iuri, por No Rastro do Camaleão e Sol de Amém
Melhor Edição: Joa Pimentel e Leandro Cazumbá, por Câmaa Viajante
Melhor Roteiro: Carlos Eduardo Nogueira, por Yansan
Melhor Som: Chico Borôro, por Paralelos
Melhor Direção de Arte: Carlos Eduardo Nogueira, por Yansan
Melhor Ator: Cláudio Jaborandy, por Dia de Folga
Melhor Atriz: Leuda Bandeira, por Sol de Amém

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