X

0 Comentários

Festivais

6º Festival Varilux do Cinema Francês (Recife)

Mostra traz seis inéditos e uma reprise

Por Luiz Joaquim | 23.11.2007 (sexta-feira)

A julgar pelo impressionante sucesso de público, ao longo dos anos, em que vem se traduzindo o Festival Varilux de Cinema Francês, dando partida hoje à sua sexta edição no Cinema da Fundação, não seria incoerente suspeitar que o contingente de espectadores locais que combinam interesse pela cultura francesa e/ou apenas pelo cinema que se faz naquele país seja bastante extenso. As primeiras edições por aqui chegaram a atrair 2,5 pessoas em sete dias tornando Recife recordista de público entre as 12 cidades brasileira por onde a mostra circula – de duas em duas, simultaneamente. Este ano, Recife vê o Varilux junto a Porto Alegre.

A edição 2007 é uma das melhores dos últimos três anos. Como de costume, temos sete filmes (seis inéditos) formando um quadro que contempla realizadores veteranos e novatos. O diferencial é que esta safra agrega em sua quase totalidade trabalhos que merecem atenção. A começar por “A Culpa É do Fidel” (Lá Faute à Fidel!, amanhã, 18h30, e domingo, 20h30). O filme é dirigido por Julie Gravas, filha de Costa-Gravas. A jovem cineasta dirige aqui outra Julie, também filha de um outro famoso: Gerard Depardieu. Indicado ao grande prêmio do júri 2007 do Festival de Sundance, o filme conta, do ponto de vista de uma menina parisiense de 9 anos como os acontecimentos políticos do início da década de 1970 interferiram em sua vida.

Sessões do filme foram bastante disputadas no último Festival do Rio, em setembro, assim como “Em Paris” (Dans Paris, domingo, 18h30, e quarta, às 20h30), de Chistophe Honoré. Pouco conhecido, por aqui, o cinema de Honoré é sobre limites nas relações. Aqui, apresenta as aventuras e desilusões amorosas de dois irmãos, um deles um conquistador que vive tendo experiências com mulheres diversas, enquanto o outro sofre desesperadamente o fim de um relacionamento. O sucesso se deve também e em parte à presença do galã Louis Garrel (de “Amantes Constantes”), novo queridinho da mulherada que gosta de bom cinema. Além de Romain Duris, de “Bonecas Russas”.

O filme que abre o Festival hoje às 18h30 (reprisa segunda às 18h30) é “Ao Lado Pianista” (La tourneuse de pages), de Denis Dercourt, sobre a superação de um trauma vivido por uma jovem pianista. Também hoje, às 20h30 (reprise amanhã no mesmo horário), exibe “A Noiva Perfeita” (Prête-moi ta main), comédia de Eric Lartigan, que, curiosamente, também apresenta outra filha de um famoso. Charlote Gainsbourg, filha do Charles e neta de Yul Brynner.

Ela é a “noiva” do título para um quarentão realizado profissionalmente, que não pensa em se casar até que sua mãe e irmãs fazem uma campanha para que ele encontre a moça ideal. Já em “A (Quase) Verdade” (La verite ou presque, segunda-feira às 20h30, e terça-feira às 18h30) de Sam Karmann, temos os desencontros amorosos de um grupo de personagens que amam ou simplesmente nutrem fortes desejos por pessoas próximas e comprometidas.

O juvenil “Lírios d’água” – foto acima – (La naissance des pieuvres, terça-feira às 20h30, e quinta-feira às 18h30) de Celine Sciamma, nos mostra os subúrbios de Paris pela ótica de três amigas de 15 anos que praticam nado sincronizado enquanto experimentam os primeiros sentimos de desejo, amor e violência.

O único título já exibido aqui no Recife vale uma revisada. É o excelente “O Amor em Cinco Tempos” (quarta-feira às 18h30 e quinta às 20h30), talvez o mais maduro filme do aclamado François Ozon. Mostra a relação de um casal de trás pra frente, abrindo exatamente com o romance se declara falido, prestes a uma separação judicial.

Mais Recentes

Publicidade