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Críticas

Didi Ninja e A Culpa É do Fidel

Didi é ninja, mas a culpa é do Fidel

Por Luiz Joaquim | 13.06.2008 (sexta-feira)

Logo no início da adaptação feita por Julie Gavras (filha de Costa) para o romance “A Culpa É de Fidel” (La Faute à Fidel), escrito por Domitília Calamai, a pequenina Anna (Nina Kervel) pensa que já sabe de tudo a respeito do seu bem sucedido pai (Stefano Accorsi), um advogado, e sua mãe jornalista (Julie Depardieu, filha de Gerard). Até que um dia em 1970, seu pai aparece dizendo que a família vai mudar da confortável casa para um apartamento com o objetivo de ajudar a causa socialista no Chile. Enquanto os pais de Anna acham que finalmente estão fazendo algo sério para o mundo politizado daqueles anos, a espevitada menina acha que os pais estão apenas traindo os laços de união e dedicação mútua que agregavam a família. O filme está em cartaz no Cine Rosa e Silva.

Como filha de Costa-Gavras, notório pelos thrillers políticos, Julie deve saber bastante sobre crescer como uma revolucionária de classe média alta. Natural então que o roteiro siga, e bem, a linha de mostrar os conceitos de uma mudança social pela perspectiva de uma garota de nove anos. Seguindo o que a menina ouve, em conversas “proibidas” para as crianças, sua percepção sobre as idéias de revolução e sobre reacionários são bem claras. Como se não bastasse, Anna também acompanha momentos vitais para seus parentes, numa crise política anunciada pelo pai e nas questões sobre o direito pelo aborto com sua mãe.

Trunfo forte da diretora Gavras aqui está mesmo na menina Kervel, como a moleca sabichona e mandona, trazendo graça ao dar respostas erradas para questões adultas. Graça ainda surge quando a pequena começa a reclamar com a melhor amiga da escola a respeito da nova vida engajada da família. A coisa só fica mais cômica quando a amiguinha vem passar uma noite na casa dela e acha o estilo e a comida “revolucionária” ruim.

O filme é de Kervel. A pequena está em quase todos os momentos do filme, dividindo seu olhar e suas dúvidas sobre o “atraso” do pai em se engajar no movimento de maio de 1968. As perguntas de Anna (e de qualquer criança aos seus pais) funcionam como uma constante armadilha de desarmamento para as certezas dos adultos. E sendo a criança que é, sem poderes sobre as decisões dos adultos, sua única alternativa é perguntar. E assim fazendo, também transforma. “A Culpa É do Fidel” levou o grande prêmio do júri do Festival de Sundance em 2007.

Didi
Na nova aventura cinematográfica do trapalhão Renato Aragão – é seu 47° filme -“O Guerreiro Didi e Ninja Lili” (Brasil, 2007), temos a moleca Lili (a filha do trapalhão, Lívia Aragão) que recebe educação de ninjas e vai a Europa viver com uma tia malvada após saber que o pai desapareceu numa guerra. Lá recebe a ajuda do jardineiro Didi, que vira seu guardião contra Jack, um explorador de crianças. Aliados á dupla, entra o menino Daniel (Luan Assimos) e a governanta Yolanda (Daniele Suzuki).

O plano aqui de Diler Trindade, produzindo o filme, é atrair aquele público infantil que adora quadrinhos de mangá e ninjas em vôos espetaculares. Na direção, mais uma vez Marcos Figueiredo, que já tinha assumido “Didi – O Caçador de Tesouros” e “O Cavaleiro Didi e A Princesa Lili”. A ambiência aqui para o cenário das lutas orientais é o Japão e a Europa, mas a locação é mesmo o templo budista Kinkaku-Ji, em Itapecerica, São Paulo.

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