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Críticas

Corrida Mortal

Roger Corman é o nome por trás nessa porrada de fazer suar

Por Luiz Joaquim | 16.10.2008 (quinta-feira)

É mesmo uma medonha coincidência que a estréia de “Corrida Mortal” (Death Race, EUA, 2008) aconteça nesta semana em que o mundo viveu uma crise econômica mundial como não vivia há décadas. Senão vejamos: logo na abertura, “Corrida Mortal” informa que o ano é 2012 e, por conta do sistema financeiro ter entrado em colapso no planeta, a sociedade enlouqueceu, quase voltando à barbárie. Com o aumento da criminalidade, as prisões passaram a ser um bom negócio, sendo administradas por empresários que visam o lucro. E o que isso tem a ver com corrida de automóveis?

Como num videogame, a penitenciária Terminal Island, sob o controle da diretora Hennessey (Joan Allen), promove corridas de automóvel na qual vale tudo, em três etapas. Nas duas primeiras os competidores só precisam se manter vivos. Na última, devem chegar em primeiro lugar. Temos aqui um tipo de violência que o cinema norte-americano evita ou costuma maquiar para livrar-se de uma classificação etária mais dura com a bilheteria.

Com carros blindados e inchados com todo o tipo de armamento pesado, as seqüências de ação e malvadeza são impressionantes tanto na carnificina quanto na veracidade. Fica difícil não lembrar do já clássico “Mad Max” (1979) de George Miller, no qual o jovem Mel Gibson também é movido à gasolina e ódio sobre um carro por um desejo de vingança familiar. A construção desse ódio nos dois filmes é tão bem articulada pelo enredo e montagem que incita o público a torcer pelo mocinho – que na realidade tem valores humanos longe dos de um mocinho.

O protagonista em “Corrida Mortal” é o metalúrgico e ex-piloto de automóveis Jasen (Jason Statham), que injustamente incriminado, vai providencialmente cumprir pena em Terminal Island. Uma vez lá, é obrigado a fazer bonito nas corridas, esticando o lucro do programa transmitido ao vivo. Funcionando como um ‘Big Brother’ da morte sobre rodas, o show fatura dezenas milhões de dólares.

“Corrida Mortal”, dirigido por Paul W. S. Anderson, é na verdade a refilmagem de “Death Race 2000”, rodado em 1975 por Paul Bartel e com David Carradine no papel que é hoje de Stathan. Carradine, a propósito, está no novo filme, logo na primeira seqüência do filme sob uma máscara, como o corredor Frankenstein.

Quem também está ligado aos dois filmes é o importante nome de Roger Corman, tendo atuado como produtor executivo nas duas películas. Para quem conhece os nomes Corman, Carradine, e agora se juntando ao time, Statham, sabe que “Corrida Mortal” é um muito bom filme de macho, seja lá o que isso signifique.

E como um filme de macho que se preze, não pode faltar a participação de moças com protuberâncias mamárias em destaque, como se isso fosse normal numa prisão masculina… Aqui elas são as ‘navegadoras de bordo’ dos pilotos; estes muito ocupados matando os adversários para saber que lado girar a direção.

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