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Festivais

1ª Janela Internacional de Cinema do Recife (abert

A janela está aberta

Por Luiz Joaquim | 12.11.2008 (quarta-feira)

Muitos bons filmes vêm por aí. A “Janela Internacional de Cinema do Recife” tem início hoje, às 19h30 no Cineteatro do Parque (e a partir de amanhã também no Cinema da Fundação) inaugurando uma semana recheada com imagens sedutoras com histórias ora encantadoras ora engraçadas e melancólicas. Todas distribuídas em cerca de 150 filmes em projeção até a próxima quinta-feira.

O projeto, acalentado pelo produtor Kleber Mendonça Filho desde 2002, encontra finalmente hoje sua concretude, impulsionada primeiro pelo estímulo do Edital do Audiovisual do Governo do Estado e pelo patrocínio da Fiori, além da articulação da produtora Cinemascopio, que agregou diversos parceiros apostando no evento.

O “Janela” é uma tentativa inicial e, mais que tudo, audaciosa de incluir Recife no roteiro dos grandes festivais internacionais. A boa diversidade e qualidade na programação do “Janela” é apenas um reflexo da circulação dos idealizadores Kleber e Emilie Lesclaux por festivais do mesmo gênero pelo mundo.

O bloco com os sete filmes que formam o módulo de abertura hoje, no Parque, dimensiona bem não só a diversidade estilística e temática que o “Janela” quer alcançar em seus 13 programas competitivos (sete brasileiros, seis internacionais) e seis especias, como também espelha o potencial do formato ‘curta-metragem’ – tão bem aproveitado e divulgado no exterior e tão pouco conhecido e desfrutado pelos pernambucanos.

Um exemplo disso está na animação com massinha “A História do Pequeno Puppetboy” , do sueco Johannes Nylholm. Com seu nervoso e feioso protagonista em conflito entre uma conquista amorosa e um pequeno intruso debaixo da cama, é praticamente impossível não extrair prazer estético combinado à gargalhadas autênticas irradiadas por esta obra aloprada.

Com a exibição do Super 8 “Cinema Glória” (1978), de Felix Filho e Fernando Spencer, o “Janela” mostra seu respeito pelo passado, dando oportunidade a algumas geração recifenses de ver num cinema trabalhos que são apenas conhecidos por citações em livros. Outras obras rodadas em Super 8 nos anos 1970 por aqui, ganharam dentro do evento um progama próprio.

E se temos o “Fundação Martin Sastre”, de Martin Sastre (presente no evento e com programa específico nos festival) usando o sarcasmo para explicar como artístas latino-americanos podem entrar no reino dos céus pela Europa, também temos o delicado “A Aula de Violão”, do francês Martin Rit, e o belo exercício plástico e linguístico “Procrastinação”, de Johnny Kelly.

Novidades feitas no Estado também aparecem na grade como “O Menino Aranha”, no qual Mariana Lacerda (ao lado do paulista Kiko Goifmann) mostram seu virtuosismo fotográfico para ilustrar o absurdo desfecho da história do garoto que escalava prédios no Recife, e questionando a lógica da arquitetura vertical, pautada pela violência na cidade.

De lambuja, o “Janela” antecipa a visão de quatro longas-metragens de força inquestionável. Entre eles o pernambucano “KFZ- 1348”, de Gabriel Mascaro e Marcelo Pedroso, e o ótimo americano dos Irmãos Coen, “Queime Depois de Ler”. E como se não bastasse o acesso ao evento custa só R$ 2 no Cinema da Fundação, e R$ 1 no Cine do Parque. Mais detalhes estão no site oficial (www.janeladecinema.com.br).

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